Entre as prováveis regiões russas, onde pode acontecer intervenção, destacam-se as de Murmansk, Crimeia e Primorie.
Divisões de intervenção
O corpo de fuzileiros navais dos EUA, levando em consideração os reservistas, corresponde a mais de 220 mil oficiais. "Este corpo [de fuzileiros] representa uma ameaça séria", acredita especialista militar Konstantin Sivkov. "Em caso de agressão, fuzileiros navais serão os primeiros a irem ao norte para conquistar os submarinos russos na região de Murmansk. No sul, o desembarque norte-americano pode acontecer na Crimeia, já no Extremo Oriente, talvez em Kamchatka, onde estão instalados submarinos estratégicos."
De acordo com Sivkov, as Forças Armadas da Rússia estão treinando ativamente tática de operações contra tropas autotransportadas. Mas na opinião de analistas militares, para o desembarque de uma só divisão, as forças autotransportadas precisariam de mais de 50 navios de abastecimento, o que exclui as chances de um ataque inesperado.
O desembarque de tropas autotransportadas na Rússia não será fácil também por causa de complexos de mísseis e artilharia costeiros. "O desembarque na costa russa para os fuzileiros navais norte-americanos não será uma aventura agradável, mesmo se conseguissem evitar um encontro 'quente' com os navios e submarinos da Marinha russa. Enquanto pudermos efetuar operações contra aterrissagem [do inimigo], eles não se moverão ao nosso encontro", assegura Sivkov.
A quantidade de fuzileiros navais norte-americanos na Noruega corresponde a somente 300 oficiais, mas os comandantes declaram que o contingente pode ser aumentado para 3.000 militares.
Ivan Konovalov, diretor do Centro de Conjuntura Estratégica, disse à Sputnik que, independentemente da quantidade, "eles não farão nada". "As operações com tropas autotransportadas são, em primeiro lugar, oposição das frotas. No mar de Barents temos submarinos e navios e acho que será impossível nos vencer".
Não se exclui que a mensagem do principal fuzileiro naval dos EUA seja dirigida aos aliados da OTAN. "A declaração foi feita na Noruega, e o flanco do norte, em que entram o Reino Unido, Noruega e os países bálticos, apresenta um discurso antirrusso. De tal modo, os EUA apoiaram o conceito de pressão na Rússia", considera Konovalov.
As discussões sobre possível guerra na Europa podem estar ligadas à diminuição gradual da presença militar dos EUA no Oriente Médio. Como nota o Pentágono, atenção do corpo de fuzileiros navais será prestada na Rússia e na região Ásia-Pacífico. Se não há inimigo, é necessário inventá-lo. Há chances de esta ser a lógica que impulsiona os norte-americanos a falar sobre guerra iminente, acrescenta.