Cientistas da Universidade Estatal de Moscou e seus colegas suecos suprimiram com sucesso o crescimento das células cancerosas, forçando-as a morrer de fome e não produzir proteína para sustento.
"Sabe-se que a autofagia pode ser causada por uma restrição parcial dos nutrientes. Estamos interessados na questão: o que está por trás disso? Estudamos o mecanismo desse fenômeno", disse o professor da Faculdade de Biologia da Universidade Estatal de Moscou, Boris Zhivotovsky.
Os cientistas cultivaram colônias de dois tipos "imortais" de células de câncer, privaram-na de alimentos e observaram como a atividade de genes relacionados à divisão e proteção contra quimioterapia e o sistema imune mudaram. Isso permitiu a identificação de várias dúzias de seções de DNA e suas proteínas correspondentes, cuja atividade diminuiu significativamente após Zhivotovsky e sua equipe colocarem o "câncer em uma dieta".
Zhivotovsky observou uma proteína e um gene do mesmo nome, Mcl-1, do qual depende o trabalho do sistema de autodestruição. Este sistema está presente em todas as células saudáveis e em muitas células cancerígenas.
Cientistas russos criaram várias moléculas curtas de RNA, algumas das quais aumentaram a atividade da Mcl-1, enquanto outras bloquearam o trabalho. Como demonstraram as experiências, as células cancerosas com uma versão "melhorada" da proteína resistiram melhor à quimioterapia e morreram em menor quantidade durante a irradiação. A supressão do trabalho do gene associado a ele, pelo contrário, os tornou extremamente vulneráveis.
"A privação de soro (SD) sensibiliza células cancerosas para a morte celular induzida por fármaco quimioterápico com cisplatina", diz o relatório.
Os cientistas esperam que os dados coletados ajudem a adaptar essa substância e seus análogos para combater o câncer, de modo que não interfira com a síntese de Mcl-1 em células saudáveis e não leve à morte em massa.