Os dois países têm buscado combater os fluxos globais de drogas sintéticas ilícitas, mas a cooperação ainda engatinha.
Haibin afirmou à agência Associated Press que existem poucas evidências de que a China seja a origem dos produtos químicos utilizados para a produção do poderoso fármaco fentanil. Em novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o fentanil é o responsável pela pior epidemia de drogas na história do país e que a China é culpada porque "inunda" os EUA com o produto.
Mais de 66 mil pessoas morreram de overdose nos Estados Unidos entre maio de 2016 e maio de 2017.
"A China não nega que o envio de mercadorias para os EUA aconteça, mas não há a prova para mostrar o quanto — seja 20% ou 80%", disse Haibin, acrescentando que as autoridades dos EUA compartilharam informações de apenas seis remessas chinesas em todo o ano passado.
Yu Haibin disse que o consumo de opioides nos EUA é fomentado pela excessiva prescrição de medicação para a dor e uma cultura permissiva.
"Tantos estados descriminalizam a maconha, as atitudes e as tendências do pensamento público em relação às drogas também terão um efeito negativo", disse Yu Haibin.
Desde 2016, a China prendeu dezenas de exportadores de drogas sintéticas, destruiu vários laboratórios ilegais e apreendeu toneladas de novas substâncias psicoativas, de acordo com o Escritório do Comitê Nacional de Controle de Narcóticos.
Pequim divulgou que ter apreendido 4,7 quilos de fentanil em uma fábrica ilegal por meio de informações fornecidas pelos EUA.
A China apoia a resolução apresentada por Washington na Organização das Nações Unidas (ONU) de adicionar vários precursores do fentanil à lista de substâncias controladas.