Porém, um grupo de investigadores do Conselho Nacional de Investigações Científicas argentino encontrou em um lugar de difícil acesso da Antártida fósseis de uma plesiosauria, um réptil marinho da era Mesozoica, datados de há 150 milhões de anos.
Segundo explicou à Sputnik Mundo o Dr. Patricio O'Gorman, investigador da Universidad Nacional de La Plata (Argentina), a principal importância do achado é que este estende o período de registro da presença de plesiosaurias na Antártida por cerca de 80 milhões de anos. O fóssil descoberto pertence ao Jurássico, período da era Mesozoica (145-201 milhões de anos atrás), enquanto antes só havia registros do Cretáceo (entre 66 e 145 milhões de anos atrás).
"Estamos falando de um organismo de entre seis e sete metros de envergadura. Não é uma plesiosauria gigantesca, mas tem um tamanho médio", disse O'Gorman.
O remoto lugar da descoberta fora pisado pela última vez há mais de duas décadas. Outra equipe havia realizado no lugar uma investigação geológica que revelou a presença de fósseis. Aquela expedição não recolheu material, pois tinha outros objetivos, mas deu ao grupo de O'Gorman elementos para desenvolver as investigações.
"A campanha foi muito produtiva. Encontramos uma enorme diversidade de fósseis que agora vão melhorar muitíssimo o conhecimento que temos sobre a fauna da Antártida", sublinhou o cientista.
Os paleontólogos encontraram "uma pequena secção do corpo", constituída por "algumas vértebras dorsais e costelas".
Depois, esta parte se separou ganhando a configuração atual, mas o continente "tem sido uma passagem de uma série de organismos". Por exemplo, acredita-se que os marsupiais, presentes hoje em dia apenas na Austrália e América do Sul, tenham chegado aí através do continente branco.
A diretora da tese doutoral de O'Gorman, Zulma Gasparini, tinha avançado a hipótese ainda na década de 1980 de que as plesiosauria jurássicas encontradas na província argentina de Neuquén teriam chegado ali através de uma passagem que existia entre a África e a Antártida.
O'Gorman acha que o recente achado pode ser uma evidência a favor desta possibilidade, mas tal estudo levará mais de uma geração.