"A própria ideia de que os organismos vivos e a biosfera em particular podem de modo evidente influenciar na velocidade de rotação do planeta ao mudar a composição química da sua atmosfera parece doida para quase todos os seres humanos. Mas parece que não é", assinala cientista norte-americano Caleb Scharf, citado pelo portal Space.com.
Buscar tais "vestígios de vida", sublinha Scharf, hoje em dia ainda não podemos, pois os telescópios existentes não desfrutam da sensibilidade e resolução adequadas para receber dados tão precisos ou as fotos das atmosferas de exoplanetas.
Segundo explica o astrônomo, a Terra e outros planetas inicialmente giravam de modo muito mais rápido do que hoje em dia — por exemplo, o dia no nosso planeta no início da sua existência durava entre 2 e 3 horas. Os impactos gravitacionais com o Sol e os satélites, por sua vez, acabaram desacelerando-a.
Porém, há muitos outros fatores que influenciam na velocidade de rotação dos planetas, inclusive as atividades da sua atmosfera.
De acordo com os cálculos de Caleb Scharf, a vida terrestre e o oxigênio, produzido por ela, produzem ventos que "fazem o planeta girar", podendo, assim, ser desacelerada mais lentamente caso não tivesse biosfera.
Por exemplo, a duração do dia no análogo habitável da Terra, que gira ao redor de um anão vermelho com o peso de um terço do Sol, seria de uma a duas vezes maior do que no planeta semelhante, mas sem vida. Tais diferenças, acredita o pesquisador, pode ser usado como método alternativo para encontrar vida extraterrestre.