Quanto a aerossóis — gotas microscópicas de substâncias líquidas e partículas sólidas que refletem uma parte dos raios solares e contribuem para a condensação do líquido nas nuvens — cientistas não podiam explicar como estes se transformam em núcleos de condensação, ou seja, embriões de nuvens, uma vez que os próprios aerossóis não conseguem "desencadear" o crescimento de nuvens.
Os climatologistas dinamarqueses revelaram este mistério, observando a interação de gotas líquidas com várias moléculas no laboratório analógico das camadas superiores da atmosfera terrestre.
Ao realizar experimentos com esta "miniatmosfera", cientistas indicaram que até uma pequena quantidade de íons drasticamente acelerava a formação de "núcleos de condensação" e fazia com que os aerossóis aumentassem. Segundo explicou Svensmark, os íons livres que se encontram na atmosfera são muito raros, como resultado, outros climatologistas não prestam muita atenção a estas partículas.
Tomando esta ideia em consideração, os cientistas mudaram as características da "miniatmosfera", já que esta contava com o mesmo número de partículas carregadas produzidas pelos raios cósmicos ao colidirem com moléculas gasosas no ar. Como resultado, foi revelado que aproximadamente 5% dos "núcleos de condensação" e nuvens na atmosfera terrestre são de origem cósmica.
Contudo, os dados obtidos podem apenas ser aplicados ao silencioso "tempo cósmico". Quando na superfície do Sol acontecem potentes erupções ou explosões de supernovas, a proporção deste tipo de nuvens pode crescer até 50%.
Segundo Henrik Svensmark, raios cósmicos podiam ter causado várias anomalias climáticas no passado, inclusive a "era do gelo" dos séculos 16 a 19, ou em outros períodos de temperaturas baixas, bem como influenciar o clima do planeta em geral.