"11 pessoas morreram em Kinshasa e 1 em Kananga", disse à AFP Jonas Tshombela, porta-voz dos organizadores dos protestos.
No domingo (31), grupos católicos e de oposição desafiaram a proibição de manifestações indo às ruas e exigindo que o presidente Joseph Kabila deixe o cargo.
A repressão das autoridades aos protestos tem sido violenta, disparando gás lacrimogêneo em igrejas e atirando para o ar a fim de dispersar os manifestantes.
Os protestos explodiram na data do primeiro aniversário de um acordo sob o qual estava programada a saída de Kabila da presidência. Segundo o acordo, novas eleições seriam marcadas, o que foi adiado até dezembro de 2018.
Já um porta-voz da polícia afirmou que nenhuma morte teria ocorrido. No domingo (31) ele já havia afirmado que três mortes de ladrões e saqueadores haviam sido registradas, porém longe dos protestos.
Um repórter da AFP que estava na cidade de Kananga durante as manifestações, reportou ter visto um homem levar um tiro no peito, em disparo efetivado por soldados que abriram fogo contra religiosos.
As autoridades do Congo também dizem que um policial foi morto quando uma delegacia de polícia passou por "ataque".
Os manifestantes querem que o presidente Kabila prometa que não estenderá seu tempo no mandato.
A ONU reiterou seu apelo a "todos os congoleses" para aderirem ao acordo de 31 de dezembro de 2016, que exigia novas eleições: "o único caminho viável para a realização de eleições, a transferência pacífica de poder e a consolidação da estabilidade no país ".
Governo tira internet do país do ar por três dias
A internet do país foi cortada completamente nesta terça-feira (2), após três dias indisponível. A ordem teria partido no sábado (30) do ministro das Telecomunicações, Emery Okundji, diretamente às operadoras móveis para que reduzissem os serviços de internet e SMS, "por razões de segurança do Estado".
Esse tipo de interrupção nos serviços é comum no país quando há protestos contra o governo.