Mais cedo a mídia havia informado, citando o ex-diretor superior do Conselho de Segurança Nacional para controle de armas e não proliferação, que os EUA pretendem criar uma nova ogiva nuclear de baixa potência. Segundo Jon Wolfsthal, o Pentágono está elaborando uma nova abordagem da política nuclear, de acordo com a qual os mísseis balísticos norte-americanos Trident D5 serão equipados com ogivas deste tipo.
Vladimir Kozin, analista militar e investigador do Centro de Pesquisas Político-Militares da Universidade MGIMO, comentou o assunto para o serviço russo da Rádio Sputnik.
Para ele, não se trata de uma notícia falsa publicada com o objetivo de intimidar, visto que os EUA já desenvolveram a nova bomba de queda livre B61-12, que tem vários tipos de ogivas nucleares, desde 0,3 até 500 quilotons. Como comparação, a bomba lançada contra Hiroshima era de 15 quilotons.
"Os norte-americanos acreditam que as armas nucleares de baixa potência podem ser usadas em vários conflitos regionais, para que o raio de contaminação nuclear seja o menor possível", explicou o analista.
No entanto, continuou, as ogivas de baixa potência podem virar armas nucleares estratégicas ao serem colocadas em bombardeiros estratégicos pesados de longo alcance porque assim elas podem ser levadas para distâncias mais longínquas.
O analista ressaltou que, daqui a pouco, a partir de 2025-2026, os EUA começarão a desenvolver a nova estratégica de tríade nuclear. A tríade é composta por mísseis balísticos intercontinentais, mísseis balísticos submarinos e bombardeiros estratégicos pesados.
"Trump tenta assim cumprir sua promessa eleitoral histórica de recuperar a grandeza dos EUA e tornar o país a potência nuclear número um. É isso que explica a linha dos EUA, que evitam a criação de um mundo não nuclear", resumiu Vladimir Kozin.