Com a retração da influência global dos Estados Unidos com a presidência de Donald Trump, Pequim busca ocupar os espaços deixados por Washington.
"A China sempre estará comprometida com o caminho do desenvolvimento pacífico e com a estratégia de ganha-ganha de abertura e está pronta para compartilhar dividendos de desenvolvimento com todos os países", disse Wang em reunião com os 33 países da CELAC.
O bloco latino e a China assinaram uma espécie de acordo de princípios que rejeita o "unilateralismo" e fala sobre a importância de combater a mudança climática.
A Nova Rota da Seda foi proposta pelo presidente chinês Xi Jinping em 2013 e busca fortalecer os laços econômicos entre Ásia, África e Europa com investimento de bilhões de dólares em infraestrutura.
O chanceler chinês discursou sobre a importância de melhorar a conectividade entra mar e terra e citou a necessidade de construir conjuntamente "logística, eletricidade e percursos de informação".
"A China disse algo que é muito importante, que quer ser nosso parceiro confiável na América Latina e no Caribe e valorizamos isso", afirmou Muñoz. "Este encontro representa um repúdio categórico ao protecionismo e ao unilateralismo".
Pequim tenta seduzir a América Latina com um investimento de US$ 250 bilhões em infraestrutura na próxima década. Além disso, a China já é o principal parceiro comercial de Brasil, Argentina e Chile.
O chanceler chinês, entretanto, nega que esteja em curso uma competição por influência.
"Não tem nada a ver com concorrência geopolítica. Segue o princípio de alcançar o crescimento compartilhado através da discussão e colaboração", disse Wang.
"Nossas relações com a China são amplas. Isto [reunão entre CELAC e China] é mais uma ferramenta para o Brasil trabalhar com a China. Juntos, identificamos novas áreas de cooperação", afirmou o vice-chanceler do Brasil, Marcos Galvão.