Os críticos de Maduro, que sucedeu Hugo Chávez em 2013, afirmam que ele destruiu uma economia próspera e transformou o país em uma ditadura ao enfraquecer o sistema eleitoral.
"Donald Trump não é o chefe da Venezuela", sentenciou Maduro na terça-feira em discurso horas depois da Assembleia Nacional Constituinte aprovar decreto antecipando as eleições presidenciais de dezembro para 30 de abril.
Já nesta quarta-feira (24), ele confirmou que será candidato à reeleição. Com uma recessão de quatro anos, a aprovação de Maduro está em queda livre.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse no Twitter que Maduro é um "ditador" e chamou as eleições antecipadas de "antidemocráticas" e "inconstitucionais".
Sanções internacionais contra a Venezuela pioraram um cenário de falta de alimentos. O país registra uma das maiores inflações do mundo.
"O povo governa na Venezuela, não impérios", afirmou Maduro, acompanhado por jingles da última campanha. "Estou pronto… Nós vamos ganhar grande".
A oposição
Apesar do delicado momento de Maduro, a oposição também enfrenta dificuldades. Seus dois principais nomes, Leopoldo López e Henrique Capriles, estão impedidos de concorrer.
"A eleição será realizada nos termos de Maduro, permitindo que ele assegure sua vitória", disse a consultoria Eurasia. "Tudo isso tem o custo do aumento do isolamento internacional, algo que o governo parece disposto a aceitar para não perder o poder".
Alguns setores da oposição acreditam que é inútil participar das eleições já que a justiça eleitoral favorece Maduro e seu partido e ignora o uso de recursos estatais para campanha política.
O governo, entretanto, nega as acusações e diz seu sistema eleitoral é o mais limpo do mundo.
"A ditadura não quer eleições livres. Ninguém na Venezuela ou no exterior deve apoiar outra das farsas de Maduro", disse Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas que escapou de sua prisão domiciliar e hoje vive na Espanha.
Dois líderes da oposição, Henry Ramos e Henri Falcón, já anunciaram aspirações presidenciais. Mas nenhum deles consegue atingir um consenso. Ramos é visto como ultrapassado por alguns setores enquanto Falcón é enxergado com desconfiança por sua relação com o chavismo no passado.
Anunciando sua candidatura na quarta-feira, Falcón disse que Maduro era incapaz de resolver a crise do país, acrescentando: "Precisamos nos livrar desse governo, de forma democrática".