De acordo com a pesquisa divulgada pela agência estatal VTsIOM nesta segunda-feira, a ideia de uma internet separada para países BRICS — um bloco econômico e político composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — é apoiada por 58% dos russos.
Já outros 29% dos entrevistados afirmaram ser contrários à ideia.
Os defensores da proposta disseram que isso poderia ajudar a proteger os cidadãos comuns de ataques de hackers e aumentar a segurança de dados em geral, e também reduzir a quantidade de propaganda estrangeira nociva para russos comuns.
Por outro lado, aqueles que disseram que não gostaram da ideia de uma internet independente para o BRICS disseram esperar que o governo imponha restrições excessivas ao conteúdo da rede.
Ao mesmo tempo, 23% dos entrevistados disseram que apoiariam a iniciativa de lançar uma internet separada apenas para a Rússia. Já 30% dos russos afirmaram que seu país poderia ter uma internet unida com a Bielorrússia, e 24% disseram que o projeto poderia incluir o Cazaquistão.
Putin e a proposta
Em novembro do ano passado, o principal órgão consultivo da Rússia sobre segurança nacional, o Conselho de Segurança, dirigiu-se ao Kremlin com um pedido formal para desenvolver uma infraestrutura independente da internet para países do BRICS, que continuaria a funcionar em caso de avarias globais na internet.
Em particular, os funcionários de segurança queriam lançar um sistema de backup separado de Servidores de Nomes de Domínio (DNS), que não estarão sujeitos ao controle de organizações internacionais.
Segundo publicações da imprensa russa, o presidente Vladimir Putin estabeleceu pessoalmente um prazo de 1º de agosto de 2018 para a conclusão da tarefa.
Ao mesmo tempo, as autoridades russas descartaram consistentemente rumores de que estão considerando desligar o país da internet global.
Em 2014, o secretário de imprensa de Putin, Dmitry Peskov, afirmou que "a desconexão da Rússia na internet global está fora de questão", mas observou que as autoridades russas precisavam estar preparadas para potenciais ações hostis de governos ocidentais e serviços especiais.
"Todos sabemos quem é o administrador principal da internet global. E devido à sua volatilidade, temos que pensar sobre como garantir nossa segurança nacional", disse Peskov. Não se trata de desconectar a Rússia da rede mundial de computadores, mas sim de "protegê-la de uma possível influência externa", acrescentou.