China busca aumentar seu poder nuclear para evitar 'bullying' dos EUA

© REUTERS / Jason LeeVeículos militares transportam mísseis balísticos de curto alcance DF-15B passando pela Porta de Tianamen durante a parada militar em homenagem aos 70 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, Pequim, China, 3 de setembro de 2015
Veículos militares transportam mísseis balísticos de curto alcance DF-15B passando pela Porta de Tianamen durante a parada militar em homenagem aos 70 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, Pequim, China, 3 de setembro de 2015 - Sputnik Brasil
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Um porta-voz militar do Exército chinês disse na última terça-feira que, apesar do fato de seu país possuir armas suficientes para evitar a pressão dos EUA e outras potências nucleares, tem que responder à mudança de estratégia da administração dos EUA do presidente Donald Trump.

Os especialistas apontam para um aumento significativo no número de ogivas nucleares chinesas. Parte da explicação para isso envolve a nova estratégia de segurança nacional dos EUA, divulgada em dezembro de 2017 e que é orientada principalmente para limitar o crescimento da influência global da China e da Rússia.

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Para atingir este objetivo do Pentágono, as autoridades estadunidenses procuram aumentar a capacidade militar através do aumento da capacidade de guerra com armas nucleares de "baixa potência". Para Pequim, há um crescente "bullying" americano com o Trump no governo dos EUA e os chineses estão comprometidos a enfrentar isso.

De acordo com o jornal South China Morning Post, entre os meios com os quais os EUA aspiram esse fim estão o bombardeiro B-21, desenvolvido pela empresa Northrop Grumman, que tem a capacidade de disparar mísseis convencionais e termonucleares.

As ogivas nucleares são outro elemento-chave no processo de fortalecimento das capacidades militares de Washington. De acordo com o ex-membro do Exército Popular da China, Song Zhongping, Pequim deve ter implantado várias centenas de ogivas nucleares, embora não "tantas como os EUA e a Rússia".

Mistério e inovações

A China nunca divulgou o número total de ogivas nucleares do seu arsenal. No entanto, a Associação de Controle de Armas (ACA), com sede em Washington, calcula um total de 270 ogivas, um número maior do que o Reino Unido (215), em comparação com a França (300) e bem abaixo da Rússia (7000) e dos EUA (6800).

Para o analista militar chinês Zhou Chenming, a China só precisa aumentar o seu arsenal nuclear com mais 100 ogivas para anular as ameaças dos EUA e a Índia.

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"Considerando a visão pragmática da China, o país não vai gastar muito dinheiro na corrida armamentista. A manutenção das armas nucleares é algo extremamente caro", explicou Chenming. "A China desenvolveu muitos tipos de ogivas convencionais, de curta e longa distância, que podem se tornar poderosas armas nucleares".

O gigante asiático concentra-se principalmente na atualização da eficácia de suas armas nucleares através da modernização de lançadores de mísseis capazes de disparar vários projéteis ao mesmo tempo por mar, terra e ar.

Além disso, Pequim está desenvolvendo um "veículo de deslocamento supersônico (HGV)" conhecido como DF-17, cujos primeiros testes foram realizados em novembro do ano passado. Tal arma representa um desafio não apenas para os EUA, mas também para o Japão e a Índia, rivais envolvidos em recentes disputas territoriais na Ásia.

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