Falando à Sputnik, Verri garantiu que o partido vai até as últimas consequências, mantendo o nome de Lula até que se esgotem todos os recursos judiciais. O político disse que o PT passa por um "processo de criminalização da política" por parte do Judiciário.
"Temos manifestações de diversos juristas nacionais e internacionais, afirmando que Lula não poderia ter sido condenado criminalmente porque não havia provas concretas contra ele em relação aos fatos alegados. Por isso, vamos recorrer à todas esferas judiciais e vamos à todas as Cortes no sentido de assegurar os direitos do nosso presidente".
Ainda de acordo com Verri, não há Plano B (alternativas) no seio do Partido dos Trabalhadores caso o ex-presidente permaneça inelegível.
"Nós só temos Plano A, e o Plano A é Lula. As pesquisas mostram que ele é imbatível e pode ganhar a eleição já no primeiro turno, em 7 de outubro."
Estratégia
Garantir a candidatura de Lula também passa pelo apoio dos movimentos sociais, mostra a estratégia do PT. Ao lançar oficialmente a pré-candidatura, o ex-presidente deve ler ao público a "Carta aos Brasileiros", documento com as diretrizes do Partido para um (eventual) novo governo. A data cogitada para este anúncio é a da quinta-feira seguinte à semana do Carnaval, dia 22 de fevereiro.
Especialista em Direito Eleitoral, a advogada Paula Bernardelli explica que a legislação garante a Lula o direito de solicitar o registro da candidatura mesmo com a condenação criminal ampliada no Tribunal Regional Federal da 4ª região:
“A sua condenação criminal, mesmo agravada não impede de imediato a candidatura. A condenação por órgão colegiado (TRF) pode atrair a sua inelegibilidade […], porém só será apreciado pela Justiça Eleitoral após o registro da sua candidatura. Então, ele pode praticar atos de campanha, providenciar captação de recursos, postular o registro e aguardar a manifestação do TSE em relação ao pedido. Ou seja, a competência para declarar a inelegibilidade de alguma candidatura é da Justiça Eleitoral", avalia.