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Representante da Câmara de Comércio explica por que China aposta tanto no Brasil

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Enquanto os outros estão se voltando contra o Brasil, ou estão retrocedendo, não querendo dar crédito ao Brasil, "a China continua firme no seu propósito de manter a relação, de continuar fazendo investimentos aqui". Quem afirma isso é a vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Uta Schwietzer, que falou com a Sputnik sobre esse assunto.

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"A China sempre viu no Brasil um grande parceiro na América Latina. Sabe que o país realmente com maior potencial para isso é o Brasil. Em momento algum, ela duvida da capacidade do Brasil de ser esse parceiro. Já desde 2009 que a China é o maior parceiro comercial do Brasil, tanto na importação quanto na exportação."

A tendência chinesa de fortalecer a sua presença na América Latina vem sendo intensificada pela tendência do atual governo dos Estados Unidos de apostar mais no protecionismo nas relações com os outros países. Nessa lógica, o Brasil, por suas dimensões e recursos, se encontra, obviamente, em posição privilegiada. Não à toa, o país responde por quase 25% do estoque de investimentos chineses na região, avaliado em US$ 207 bilhões. 

A balança comercial entre Brasil e China sempre foi deficitária para os asiáticos, que, ainda assim, não param de apostar em uma parceria cada vez mais maior com os sul-americanos. De acordo com Uta Schwietzer, ouvida pela Sputnik Brasil, foi justamente através das inúmeras parcerias firmadas ao redor do globo que a China conseguiu crescer tanto ao longo dos últimos anos, ampliando os laços, trocando tecnologias e experiências, mandando seus profissionais para fora para fazer estudos e negócios. Foi assim com Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos, entre outros. Agora, para ela, também pode ser a vez do Brasil e de outros países. 

Embora os projetos nos setores de infraestrutura, energia e alimentos tenham atraído mais a atenção dos chineses em toda a América Latina, a vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-China acredita que Brasília pode muito bem ampliar o seu leque de negócios com Pequim, de equipamentos médicos e eletrônicos a automóveis e produtos de tecnologia avançada. 

"Eu acho que o Brasil também tem excelentes profissionais que podem levar para a China alguma tecnologia que ainda não esteja sendo implementada lá", afirmou. "Acho que o Brasil também tem condições de levar alguma informação que possa ser relevante, que possa também ajudá-los a desenvolver alguma tecnologia em conjunto. Temos capacidade para isso". 

De olho nas oportunidades, a China sediará, na cidade de Xangai, em novembro, a China International Import Expo, feira de negócios que tem a Câmara de Comércio como sua representante oficial no Brasil. Do lado brasileiro, para ter mais chances de fechar parcerias com chineses, Schwietzer explica que é preciso levar a sério a necessidade de conhecer um pouco melhor da cultura e de outros aspectos da China. Segundo ela, a Câmara realiza esse tipo de preparação para os interessados em participar de eventos como esse, através de workshops que permitem aos empreendedores ter uma conduta diferenciada na hora de negociar. 

"É extremamente importante conhecer um pouco mais da China antes de visitá-la", diz a especialista. 

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