Este, porém, não é o primeiro desafio que leva à morte de crianças no Brasil e no mundo. A Sputnik Brasil lista os mais recorrentes e que, vez ou outra, levam a dolorosas tragédias.
Desafio da Canela
O jogo surgiu no exterior em 2011 — alegadamente nos Estados Unidos — e logo se espalhou por todo mundo, incluindo o Brasil. A "brincadeira" consiste em colocar uma colherada de canela em pó na boca e tentar engolir. Pode parecer inocente, mas o produto pode trazer consequências gravíssimas como queimação das vias aéreas, lesões pulmonares, crises de asma, pneumonia e a obstrução da respiração, levando à morte por asfixia.
Em junho de 2015, o jogo levou à morte do garotinho estadunidense Matthew Rader, de apenas quatro anos de idade. De acordo com médicos legistas que atenderam o caso, a textura fina do pó fez com que o menino engasgar.
Jogo do desmaio
Popular há décadas no Brasil, o jogo do desmaio consiste em prender a respiração enquanto um amigo vem por trás e pressiona forte o peito da pessoa. Também é possível prensar contra a parede. A falta de oxigenação leva ao desmaio imediato. A brincadeira pode levar a parada cardiorrespiratória grave, lesão cerebral, crise epiléptica, hematoma, traumatismo craniano e até ao coma.
Em outubro de 2016, o jogo foi responsável pela morte do adolescente Gustavo Detter, morador da cidade de São Vicente, Paraná. O menino tinha apenas 13 anos. Para identificar se o seu filho está fazendo o desafio, os médicos alertam para sinais corporais que podem dar pistas: olhos vermelhos, marcas no pescoço, fortes dores de cabeça e desorientação.
Baleia Azul
O jogo surgiu em 2015 na rede social russa “Vkontakte” e levou vários adolescentes do país ao suicídio. O desafio se espalhou rapidamente pela Europa e chegou ao Brasil no final do ano passado. Consistia em uma série de tarefas indicadas por um "curador" como mutilação ou subir no alto de um prédio e balançar as pernas. A última era sempre o suicídio, o que "libertaria" o jogador das preocupações mundanas.
Por aqui, ficaram famosos os casos de mortes em em Minas Gerais, Mato Grosso e Rio de Janeiro, acendendo a luz amarela de autoridades que passaram a investigar o jogo em todo o país.
RPG
O caso do assassinato Aline Silveira Soares em outubro de 2001 gerou uma grande comoção na imprensa (e uma boa dose de sensacionalismo). À época, a garota viajou para Ouro Preto, uma cidade universitária e histórica em Minas Gerais, para participar da Festa do Doze que reúne alunos e ex-alunos da UFOP. Aline foi encontrada nua, de braços abertos e pernas cruzadas em cima de um túmulo do cemitério local com 17 facadas no corpo e os investigadores alegaram que o assassinato tinha sido motivado pelo jogo "RPG Vampiro: A Máscara". Os quatro acusados do assassinato foram inocentados em 2009, mas o RPG nunca saiu das páginas policiais.
Em maio de 2005, a Polícia Civil do Espírito Santo concluiu Douglas Augusto Guedes, a mulher dele, a Heloísa Helena Andrade Guedes, e do filho do casal Tiago Guedes tinham sido assassinados em conexão com um jogo de RPG. Tiago teria perdido uma partida para os assassinos confessos Mayderson Mendes e Ronald Ribeiro.