As recomendações emitidas pela polícia marcam um ponto de virada em uma investigação que durou mais de um ano. O caso 1000, o primeiro contra o político, foi iniciado em 2016 por conta de alegações de que Benjamin Netanyahu aceitou presentes do bilionário australiano James Packer, que ostensivamente cortejou o filho do primeiro-ministro, Yair, cobrindo suas despesas de viagem, bem como os do magnata de Hollywood Arnon Milchan, famoso por ter produzido filmes como Uma Linda Mulher e Clube da Luta. Esses custos, que incluíam champanhe, charutos e joias — valiam um total estimado de centenas de milhares de shekels. A polícia informou que a evidência que eles receberam mostrou que os suprimentos de charutos e champanhe eram sistemáticos, usando palavras-chave e correios.
Cobertura favorável na imprensa
O caso, chamado de Case 2000, apresenta conversas gravadas entre Netanyahu e Arnon Mozes, editor do maior jornal israelense Yedioth. O primeiro-ministro alegadamente tentou chegar a um acordo com o meio de imprensa, que é conhecido por criticá-lo, para que ele fizesse uma cobertura favorável a ele antes das eleições de 2015. Em troca, o primeiro-ministro supostamente disse que ajudaria a restabelecer o status de Yedioth como a melhor mídia em Israel, prejudicando a posição de seu rival, Israel Hayom, o jornal gratuito de propriedade do magnata do cassino americano, Sheldon Adelson. Respondendo às alegações, Netanyahu afirma que ele nunca teve como objetivo fechar um acordo real com Mozes, mas queria testar o editor.
Caso Submarino
Caso Bezeq
O caso 4000, também conhecido como Caso Bezeq, começou com um relatório especial da controladora estatal, apresentando relações complicadas entre o Ministério das Comunicações e Bezeq, gigante de telecomunicações de Israel. O relatório descobriu que Shlomo Filber, diretor-geral do Ministério das Comunicações e ex-assessor de Netanyahu, havia fornecido à Bezeq documentos confidenciais e outras informações que atendessem os interesses deste último. O relatório também afirmou que o primeiro-ministro não divulgou sua amizade com Shaul Elovitch, o acionista controlador da Bezeq, que poderia potencialmente dar a Netanyahu o poder de moldar a política de forma a beneficiar a empresa. O primeiro-ministro afirmou que ele e Elovitch eram pouco mais do que conhecidos, mas em uma declaração anterior no tribunal, ele disse que eles eram amigos por 20 anos.
Em família
O primeiro-ministro não é o único da família Netanyahu a estar envolvido em múltiplos escândalos de corrupção; Sua esposa, Sara, foi acusada de abusar de fundos públicos nas residências oficiais do casal. Em 2017, ela foi julgada por usar o dinheiro do governo para pagar serviços privados de arrumação doméstica.