Na sexta-feira (16), o Departamento de Justiça dos EUA divulgou por meio de documentos judiciais que os Estados Unidos acusaram 13 cidadãos russos e 3 empresas de tentarem interferir nas eleições presidenciais de 2016.
A acusação de 27 páginas, um produto do inquérito do advogado especial Robert Mueller, alegou que esses acusados usavam personagens falsos para tentar influenciar o resultado das eleições a favor do presidente Donald Trump.
"Se você perguntar a um oficial de inteligência, 'os russos violaram as regras ou fizeram algo estranho [?]', a resposta é não, de modo algum", disse, ao The New York Times, Steven L. Hall, ex-chefe das operações da CIA na Rússia. Ele se aposentou em 2015, após 30 anos de serviço. Na declaração ele ainda afirma que Washington "absolutamente" se intrometeu em eleições estrangeiras ao longo da história.
O ex-funcionário da inteligência expressou que acredita que os Estados Unidos continuarão sua prática interferente, informou o jornal no final deste sábado (17).
"Nós temos feito esse tipo de coisa desde que a CIA foi criada, em 1947. […] Nós usamos cartazes, panfletos, correios, banners — o que você imaginar. Criamos informações falsas em jornais estrangeiros. Utilizamos o que os britânicos chamam de 'cavalaria do rei George': malas de dinheiro", afirmou Loch K. Johnson, ex-membro do Comitê seleto do Senado dos EUA para estudar operações governamentais em relação às atividades de inteligência.
Ao interferir nas eleições, a CIA ajudou a derrubar líderes eleitos no Irã e na Guatemala na década de 1950, ao mesmo tempo em que planeja assassinatos de líderes políticos em várias regiões, de acordo com o jornal.
As autoridades russas negaram as acusações de intromissão na eleição dos EUA. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que as acusações são "absolutamente infundadas". Por sua vez, a Casa Branca também reiterou que não há nenhuma prova que sustente as alegações de conluio entre a campanha de Trump e Moscou durante a eleição.