Além do empréstimo, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, prometeu fornecer ao Iraque ajuda humanitária de US$ 50 milhões e facilitar o trabalho das empresas turcas que investirem no país.
A promessa de recursos foi feita durante a Conferência Internacional para a Reconstrução do Iraque, realizada no Kuwait na semana passada. A Arábia Saudita, o Qatar, o Kuwait e os Emirados Árabes Unidos prometeram entre US$ 500 milhões e US$ 1,5 bilhão cada. Os países ocidentais e o Japão também confirmaram sua intenção de ajudar o Iraque com transferências de recursos, empréstimos de exportação e linhas de crédito. Washington planeja conceder a Bagdá até US$ 3 bilhões em crédito, enquanto a União Europeia prometeu investir cerca de US$ 400 milhões no país.
"Este é um passo bastante compreensível", disse Erdurmaz. "Ao usar seus recursos para beneficiar o Iraque, seu vizinho de fronteira, e onde gostaria de ver um estado unificado e estável, Ancara está demonstrando a importância que atribui à restauração da estabilidade entre seus vizinhos. A Turquia proporcionará uma grande quantidade de crédito e os círculos comerciais turcos desempenharão um papel importante na reconstrução do Iraque".
Para o cientista político, a cooperação "reforçará as relações entre os dois países, tornando mais fácil para Ancara e Bagdá interagirem em áreas como o combate ao terrorismo e impedindo as tentativas da administração curda no norte do Iraque de criar unilateralmente um estado independente ".
Ainda assim, os recursos prometidos não serão suficientes para reconstruir o Iraque, acredita Erdurmaz. Ele afirma que apenas a reconstrução de Mosul custará US$ 80 bilhões.
Para o economista e ex-chefe do programa de desenvolvimento da ONU Bartu Soral, Ancara quer demonstrar poder com a oferta:
Soral também acredita que a medida busca fomentar o setor de construção civil da Turquia — que é próximo do partido do presidente Recep Tayyip Erdogan. "O setor de construção civil contribui para o crescimento e enriquecimento de companhias ligados ao partido [Partido da Justiça e Desenvolvimento]. Agora que o setor está estagnado, as autoridades querem fomentá-lo".