"O novo é que se trata de uma moeda estatal, que é emitida por um governo e não por uma empresa privada. No entanto, como a Venezuela não é um país com condições econômicas boas, ela deve analisar os mecanismos e garantias que oferece petro", destacou.
Para especialista, apesar de o petro ser garantido por petróleo, recurso aparentemente estável, não se pode excluir chances de a extração de petróleo diminuir, da desvalorização da moeda ou que o governo simplesmente se canse de apoiar a moeda.
"Em qualquer boa iniciativa há certos riscos. Em geral, é um ótimo intuito, mas tem que ter cuidado", adverte economista.
Então, quem pode se interessar pela nova criptomoeda venezuelana? Bem como a maioria das criptomoedas, o petro chama interesse de investidores por ser um instrumento de investimento, aponta Dostov.
"Se eles podem vender petróleo diretamente, não está claro se poderão lucrar vendendo petróleo por este instrumento", disse Dostov, acrescentando que petro muito provavelmente não se tornará "resolução mágica", mas este projeto é bom do ponto de vista da publicidade que, certamente, será vantajosa para o país.
As primeiras declarações de Nicolás Maduro sobre o petro foram feitas em dezembro do ano passado, ou seja, três meses antes do lançamento. Economista russo destaca que três meses são suficientes para realização do projeto em termos tecnológicos. No entanto, se considerar o campo jurídico, há de lembrar quanto à necessidade de contar com mecanismos ajustados, especialmente no que toca às responsabilidades do governo no negócio, ou seja, todas as questões jurídicas devem ser bem pensadas, sobretudo, se se tratar de invenção de novos mecanismos do funcionamento da criptomoeda, sublinhou.