A declaração do ex-general foi dada à Sputnik nesta terça-feira (20).
"Putin é o único que pode falar ao telefone com todos, com cada par de inimigos no Oriente Médio: os sauditas e os iranianos, os israelenses e os palestinos, os curdos e os turcos, e no último caso — Israelenses, sírios e iranianos", disse Yadlin.
No sábado (17), Israel e Síria tiveram conflitos militares diretos, já que o exército israelense atingiu o que chamou de alvos iranianos na Síria, alegando que interceptou um drone iraniano lançado pela Síria.
As defesas aéreas da Síria dispararam e derrubaram um jato israelense F-16. Em resposta, as forças israelenses atingiram 12 alvos na Síria, incluindo baterias de defesa aérea da Síria e instalações militares iranianas.
Crescem as tensões entre Irã e Israel na Síria
O general aposentado disse que a situação envolvendo Israel, Irã e Síria foi "explosiva".
Assim que Israel souber de qualquer novo local iraniano em construção na Síria ou de uma nova arma sendo transferida ao Hezbollah, eles enviarão seus jatos para atacarem o alvo, disse o ex-chefe da Direção de Inteligência Militar.
No entanto, Israel e Irã não querem se envolver em guerra direta, de acordo com Yadlin.
"Eu acho que o governo israelense e o governo iraniano não querem um confronto direto. Durante anos eles tiveram um confronto 'por procuração'. Ambos pensam que uma guerra direta não é boa para eles, pelo menos neste momento", o ex-general disse.
Cooperação entre Israel e Rússia
Israel e a Rússia têm uma boa experiência de cooperação na prevenção do confronto militar, disse Yadlin à Sputnik.
Yadlin acrescentou que a Rússia e Israel têm objetivos diferentes na Síria, mas respeitam os interesses uns dos outros.
De acordo com o general aposentado, Israel permaneceu neutro em relação ao conflito civil interno na Síria, mas opôs-se aos "iranianos assumindo a Síria".
Yadlin concluiu dizendo que a excessiva influência iraniana na Síria era, "no final do dia", contra os interesses russos também.