Durante a visita e mesmo após o retorno ao Rio, Crivella disse que o objetivo da viagem foi o de buscar soluções para aprimorar o combate à violência na cidade, utilizando recursos como os drones de vigilância para atuarem nas comunidades, auxiliando a polícia no combate ao crime organizado.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Álvaro Cysneiros, presidente da Associação de Empresas de Tecnologia do Rio de Janeiro (Assespro-RJ), se diz surpreso com a viagem do prefeito, uma vez que, quando ainda candidato, recebeu da associação um amplo estudo sobre o potencial tecnológico das empresas do setor no Brasil e as várias soluções que poderiam ser utilizadas para aumentar a segurança na cidade.
"Existem várias empresas e vários comitês que a Assespro-RJ gerencia que tratam da inovação da tecnologia sobre vários temas, e a segurança pública é um deles. Esgotar a busca de soluções no Rio de Janeiro seria uma premissa antes de se buscar soluções lá fora, primeiro porque gera empregos e impostos aqui. Temos um celeiro de empresas de ponta integrado com as universidades que já fornecem para vários entes de segurança desde Exército, Marinha e Aeronáutica, governo do Estado e Secretaria de Segurança Pública", diz o presidente da Assespro-RJ.
No caso dos drones, procurados po Crivella no exterior, vale lembrar que o Corpo de Bombeiros do Rio já utiliza esse equipamento desde 2015, principalmente no socorro em casos de afogamentos e para localização de pessoas em regiões de difícil acesso. O sucesso dessas ações motivou, recentemente, a vinda de oficiais do Corpo de Bombeiros de Los Angeles para se inteirar desse programa. Cysneiros diz que, além dos drones, as empresas brasileiras têm tecnologia em vários outros produtos, muitos dos quais são exportados hoje para diversos países.
"A gente tem soluções de drones aqui que consegue identificar a placa de um carro em trânsito a 50 quilômetros de distância. São equipamentos com altíssima resolução e eficiência e sem nenhuma chance de serem alvejados. Temos também radares de solo para detecção de pessoas, sistemas de monitoramento de câmeras, como as de infravermelho para ações de tática noturna entre um e 50 quilômetros, entre outras", diz Cysneiros.
O presidente da Assespro-RJ diz que as empresas associadas também já fornecem soluções para o país inteiro, muitas que ainda são start-ups e outras de vários portes, movimentando um mercado que já atinge R$ 15 bilhões por ano. Cysneiros observa que a associação reúne empresas de todo o porte e, embora tenha uma atenção especial com as companhias de capital nacional, congrega também empresas do exterior. Segundo ele, por conceito, a associação engloba empresas brasileiras, o que não exclui uma estrangeira que produza software aqui, ou seja, nem tudo que uma multinacional faz vem de fora.