Na entrevista à Sputnik Internacional, Christine Ahn, uma das fundadoras do Instituto de Política Coreana, centro analítico que aconselha a administração norte-americana quanto à política na península coreana e se pronuncia a favor da paz da região, notou que, na opinião da Casa Branca, foi a Coreia do Norte que cancelou a reunião secreta.
Mas, frisou, os EUA somente pretendiam reiterar a sua posição forte, o que eles fizeram publicamente em Tóquio durante o encontro de Mike Pence com o premiê japonês, Shinzo Abe.
Quanto às manobras militares, ela sublinhou que atualmente a Coreia do Sul está travando negociações sobre um possível adiamento dos exercícios militares, mas os EUA se antecipam e dizem que os exercícios serão retomados. "Vivemos um momento crítico e é necessário agora que o movimento pela paz norte-americano não fique calado e apoie o processo de paz intercoreano que está em curso".
Para ela, é de enorme importância pedir ao governo dos EUA para parar as manobras militares, ouvir o povo coreano – do Sul e do Norte, que quer a continuação da reconciliação entre os seus países. "Resumindo, pode-se dizer que estes exercícios militares, que incluem golpes provocatórios e exercícios de mudança do regime, vão interromper o diálogo intercoreano", adicionou ela.
Tecnicamente, as Coreias continuam em estado de guerra, pois só assinaram o armistício.
"É o momento certo de os norte-americanos pressionarem o governo para formalmente se pôr fim à guerra coreana", disse Ahn. "Não só para o povo coreano, mas também para a alma da nação", concluiu.