"Moeda e criptomoeda continuam sendo um aspecto subdesenvolvido da economia digital, contribuindo para o desequilíbrio global", disse Ruslan Dzarasov, chefe do Departamento de Economia Política da Universidade Russa de Economia Plekhanov, em entrevista concedida à RIA Novosti durante a conferência "Desafios da Economia Digital: Rússia no meio das tendências globais".
Além disso, ele acrescentou que junto com os países do BRICS, especialmente em colaboração com gigantes como a China e a Índia, a Rússia pode influenciar significativamente no estabelecimento de um novo sistema monetário e financeiro no mundo pós-crise.
De acordo com ele, o padrão dólar-ouro pós-guerra (o sistema de Bretton Woods) indicou que o dólar deveria desempenhar um papel central e servir como moeda de reserva.
"Ao mesmo tempo, os países que têm maiores receitas em dólares gerados através do comércio exterior poderiam trocá-las por ouro", disse Dzarasov, acrescentando que os EUA tentaram manter suas reservas de ouro ao emitir títulos do governo e vendê-los para países que tinham excesso de dólares. No entanto, o país chegou à conclusão de que seria impossível suportar o aumento da dívida externa.
O especialista acredita que todos esses fatores convertem a uma mudança da natureza do dinheiro como mercadoria — um processo que está atingindo seu limite quando se trata de criptomoeda. Ao mesmo tempo, a economia global ainda exige dinheiro palpável, que pode ser usado para dimensionar o valor e servir como meio confiável para gerar poupança. Mas hoje, como o especialista sugere, esse requisito é preenchido através de "dinheiro substituto", incluindo também vários derivativos.
De acordo com ele, a introdução de criptomoeda também está prejudicando o papel dos bancos, já que esses fundos estão sendo emitidos e circulando sem sua ajuda.