"Nós temos uma crise política no momento. Muitos americanos não sabem que os minerais, como o cobalto, são usados para fazer seus dispositivos tecnológicos, baterias de celulares e carros, predominantemente provenientes do Congo. Na verdade, o Congo é o produtor número um de cobalto no mundo de hoje", disse o o porta-voz nacional da organização Amigos do Congo, Kambale Musavuli em entrevista à Rádio Sputnik.
A violência renovada entre os grupos étnicos Hutu, Nande e Hundu ao norte do Congo é motivada pelo desejo de controlar as terras ricas em minerais.
"Registramos a morte de 16 civis e sete milicianos nesde domingo", declarou à agência francesa AFP, Francois Bakundakabo, assessor do governador da província.
"A situação atual está ligada à história direta da interferência ocidental, particularmente dos EUA", disse Musavuli. "A questão central é quem vai controlar os recursos do Congo. Os recursos são escoados, mas os povos congoleses permanecem no fundo do índice de desenvolvimento humano à medida o nosso país está sendo roubado".
Cenário político conturbado
A violência no país também aumentou quando manifestantes protestaram contra o esticamento do mandato do presidente Joseph Kabila. De acordo com as Nações Unidas, 47 pessoas ficaram feridas no domingo com protestos anti-Kabila, enquanto mais de 100 pessoas foram presas à medida que as forças de segurança congolesas reprimiam os protestos.
Em 2006, as Nações Unidas negociaram uma eleição democrática no país e Kabila foi eleito para um mandato de cinco anos como presidente, vencendo posteriormente a reeleição em dezembro de 2011. Seu segundo mandato expirou em 2016. De acordo com a legislação do país, Kabila não pode permanecer no cargo para o seu terceiro mandato, mas a comissão eleitoral do país ainda não convocou as eleições para determinar o sucessor, permitindo-lhe atuar como presidente. A oposição afirma que as autoridades estão adiando intencionalmente as eleições presidenciais para permitir que Kabila permaneça no poder.