Estados Unidos estão se preparando para guerra nuclear com China?

© REUTERS / China Daily Militares do Exército de Libertação Popular durante o desfile militar comemorativo do 90° aniversário da fundação do exército, na base militar de Zhurihe na China, em 30 de julho de 2017
Militares do Exército de Libertação Popular durante o desfile militar comemorativo do 90° aniversário da fundação do exército, na base militar de Zhurihe na China, em 30 de julho de 2017 - Sputnik Brasil
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Enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, apresenta armas inovadoras, a China continua fortalecendo silenciosamente suas forças estratégicas nucleares, afirma um artigo da revista Asia Times, sublinhando que o crescimento militar chinês é um enigma para o resto do mundo.

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O caráter secreto das forças nucleares chinesas e seu possível uso foram os temas principais da nova estratégia nuclear recentemente adotada pelo Pentágono, que traçou uma nova política de "dissuasão adaptada" para a China. O novo plano tem por objetivo persuadir os líderes chineses a evitarem passos militares errados que possam resultar rapidamente em um conflito nuclear, segundo opina o autor do artigo, Bill Gertz. Entre tais passos estão possíveis ações provocadoras no mar do Sul da China ou atividades hostis relacionadas a Taiwan ou o Japão, detalha o autor, citado pelo RT

O documento leva em consideração o principal risco que poderia desencadear uma guerra nuclear entre os EUA e a China: um confronto militar que escale até um conflito regional resultando na utilização de mísseis chineses com cargas nucleares.

"Nossa estratégia adotada em relação à China é elaborada para evitar que Pequim chegue à conclusão que poderia tirar vantagem através de uso limitado de suas capacidades nucleares, ou achar que qualquer uso de armas nucleares, mesmo limitado, seja aceitável", diz o documento.

Posição de Pequim

Bill Gertz recorda que um dos problemas para Washington é o fato de Pequim recusar participar de conversações oficiais que poderiam esclarecer os objetivos desta "dissuasão adaptada" por parte dos EUA. A China, por sua vez, argumenta que qualquer discussão sobre suas capacidades estratégicas nucleares e não nucleares mina a dissuasão nuclear.

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Segundo o jornalista, em 2008, durante negociações bilaterais em Pequim, funcionários estadunidenses insistiram que a China fosse mais aberta quanto às suas capacidades nucleares. Em resposta, o então vice-ministro das Relações Exteriores chinês, He Yafei, declarou que as forças nucleares de seu país são um "tema delicado" e que nem sequer os altos funcionários chineses conheciam o tamanho de seu arsenal nuclear.

Mantendo seu poderio militar nuclear e não nuclear em segredo, a China supõe que os EUA não correrão o risco de um conflito armado sem saber ao certo que tipo de armas Pequim poderia usar. No entanto, a chamada Revisão da Postura Nuclear do Pentágono parece tomar em conta o segredo estratégico chinês, opina Bill Gertz.

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Enquanto a China continua desenvolvendo novas capacidades, ameaçando os interesses dos Estados Unidos e de seus aliados, o Pentágono está ampliando os limites das condições para utilizar suas próprias forças nucleares em resposta a ataques não nucleares, tais como a destruição de satélites ou ciberataques a redes de energia.

"Os Estados Unidos estão preparados para responder decididamente a uma agressão chinesa nuclear ou não nuclear", aponta o documento.

De acordo com a estratégia do Pentágono, os EUA continuarão buscando o diálogo com a China, utilizando ao mesmo tempo exercícios militares que demonstram suas capacidades nucleares, e aumentando o leque de "opções graduais de resposta nuclear disponíveis ao presidente", conclui Bill Gertz.

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