Essa última explosão de ofensas contra os funcionários internacionais de direitos humanos ocorre um dia depois que o Alto Comissário da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, pediu uma "avaliação psiquiátrica" do líder das Filipinas.
No sábado, Duterte defendeu novamente os direitos dos seus responsáveis e da lei de não cooperar com a investigação dirigida pelas Nações Unidas sobre os supostos abusos e execuções extrajudiciais no país.
Chamando a Zeid um "estúpido […] filho da p***", Duterte reiterou sua autorização para que as agências de aplicação da lei não respondessem perguntas de investigadores de direitos humanos, atualmente lideradas por Agnes Callamard, relatora especial da ONU.
"Não respondam perguntas deles", disse Duterte aos soldados na cidade de Zamboanga, observando que ele está assumindo a "responsabilidade total" por sua campanha antidrogas. "Apenas façam o seu trabalho […] dentro dos limites da lei", afirmou no sábado, acrescentando que o direito de permanecer em silêncio e não testemunhar contra si mesmo está consagrado na constituição do país.
"Deixe para mim. Eles estão vindo aqui. Você tem aqui os crocodilos, os que realmente comem humanos? Jogue os filhos da p*** lá ", declarou Duterte, de acordo com o jornal local Inquirer.
"Estes direitos humanos [pessoas] são burros", acrescentou Duterte. "Eu disse [para sindicatos de drogas] não destruir meu país, ou minha cidade com esse assunto, porque eu vou matar você. E não destrua […] a juventude desta terra porque eu vou matar você".
A resposta de Duterte ocorreu depois que Zeid convidou o Conselho dos Direitos Humanos da ONU a tomar posição contra a vingança pessoal de Duterte contra funcionários da ONU, que criticaram a guerra de Manila contra as drogas.
"O Conselho dos Direitos Humanos da ONU deve tomar posição. Esses ataques não podem ficar sem resposta", disse Zeid na sexta-feira. "[Duterte] precisa se submeter a algum tipo de exame psiquiátrico. Esse tipo de comentário é inaceitável, inaceitável".
Duterte tem sido alvo de críticas globais por sua guerra às drogas, o que resultou em inúmeras execuções extrajudiciais. Enquanto os dados oficiais do governo mostram pelo menos 4.000 mortes em operações antidrogas policiais desde julho de 2016, grupos de direitos humanos como a Aliança das Filipinas de Advogados de Direitos Humanos (PAHRA) estimam que até 12.000 pessoas podem ter sido vítimas das políticas de Duterte.
Depois de meses de ameaça de ação, no início deste mês, o Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu uma investigação preliminar sobre a guerra de Duterte em drogas, avaliando possíveis crimes contra a humanidade.