"É preciso lembrar que Haspel passou a maior parte de sua carreira, desde os anos 80, comandando uma série de operações secretas em países estrangeiros. Ela é uma operacional clandestina, e por isso a maior parte de seu trabalho, por definição, não pode ser tornada pública ou ser discutida. O passado dela é obscuro. Ocupou o cargo de vice-diretora da CIA, foi vice-diretora do Serviço Nacional Clandestino da CIA. Mas o que ela fez, além de supervisionar uma prisão secreta na Tailândia, está aberto a especulação", explicou ele.
Especialista opinou que nessa prisão foram usadas técnicas cruéis de tortura como o afogamento simulado. "Isso é importante, porque o próprio presidente Trump declarou abertamente que quer restabelecer a tortura por simulação de afogamento ou outras torturas no arsenal dos EUA", sublinhou Whalen.
"Este pode ser o primeiro passo para construir uma espécie de competência e credibilidade que, francamente, a administração de Trump ainda não tem", afirmou Whalen.
Entretanto, o fato que Gina Haspel supervisionou torturas em uma prisão secreta dos Estados Unidos na Tailândia provocou polêmica. O senador norte-americano, John McCain, expressou ceticismo sobre essa nomeação, porque ele próprio foi prisioneiro durante a Guerra do Vietnã e foi torturado, disse o especialista.
De acordo com o especialista, a nomeação de Haspel pode sugerir o regresso às torturas e diferentes técnicas de interrogatório violentas pela CIA.
"Durante sua campanha eleitoral, ele [Donald Trump] declarou abertamente que a CIA perdeu seu jeito para torturas. Quero dizer que não há outro modo de dizê-lo, porque ele acredita que isso afetou de alguma maneira nossa a capacidade de coletar dados de inteligência. É uma proposição controversa e acho que causará grandes polêmicas durante a audiência para sua [de Gina Haspel] confirmação", concluiu ele.