Freitas afirma que temos que usar os recursos de forma que garanta que as próximas gerações continuem fazendo uso deles.
"O que nós vemos em toda essa história é que as gerações atuais têm deixado o mundo pior do que encontraram, tem deixado uma fatura de cartão de crédito para o futuro. A gente deveria estar usando os recursos como se fossem no cartão de débito, no sentido de que nós gastamos agora para repor agora. Essa preocupação que sempre deve permear a nossa cabeça", disse o professor.
Além da água como um recurso de uso pessoal, ela também é um importante componente econômico e político para os países. Marcus Vinicius de Freitas destacou, por exemplo, que a escassez de água no caso do Brasil pode prejudicar diretamente o agronegócio, uma dos principais componentes do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
"Quando a gente olha para grande produção do Brasil, que é centrada em agricultura e a agropecuária, nós estamos basicamente falando de três recursos: terra, que nós temos em abundância, Sol que felizmente o Brasil também tem muito Sol e o terceiro fator é a água. Então se não cuidarmos deste terceiro elemento, nós corremos o risco de só termos terra e sol e não conseguirmos manter a produtividade que nos permita continuar como um país competitivo numa área que nós temos uma grande vantagem", afirmou.
Durante o 8º Fórum Mundial da Água a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, lembrou que 90% da população mundial depende de recursos hídricos transfronteiriços e que há risco de haver conflitos no mundo em decorrência da escassez de água.
Marcus Vinicius de Freitas alertou para o fato do Brasil não fazer o uso correto da água por conta do alto índice de desmatamento e poluição.
"No caso brasileiro a questão da água é complicada pelo fato de que existe muita poluição, um problema enorme de falta de saneamento básico e isso vai causando um estresse hídrico em todo o cenário brasileiro. Além disso, o desmatamento que tem ocorrido no Brasil também é um fator de preocupação porque com o desmatamento vão as nascentes e toda essa questão de surgimento de água potável no Brasil vai de alguma forma diminuindo", completou.
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