"O Ministério de Relações Exteriores sírio apontou que mais de 40 toneladas de substâncias venenosas foram encontradas nos territórios, liberados de terroristas", disse Igor Kirillov, comandante das Forças de Proteção Nuclear, Biológica e Química da Rússia.
O oficial falou em uma conferência de imprensa em Moscou sobre o envenenamento do ex-agente duplo russo Sergei Skripal. Londres e alguns de seus aliados ocidentais culpam Moscou pelo incidente, dizendo que ele foi envenenado com um agente nervoso russo.
Kirillov disse que o Ocidente não recuará e está preparado para usar todos os meios necessários para desacreditar a Rússia. O funcionário lembrou o exemplo do Khan Shaykhun da Síria. O comandante também criticou os órgãos internacionais por sua recusa em trabalhar com Damasco na investigação dos supostos ataques químicos no país.
No final de fevereiro, o Centro de Reconciliação da Rússia na Síria disse que obteve informações de que militantes no subúrbio de Damasco, no leste de Ghouta, "prepararam uma provocação com o uso de substâncias venenosas para culpar as forças governamentais de usar armas químicas contra civis".
"O lançamento desses dados 'frustraram os planos da coalizão dirigida pelos EUA para atingir alvos militares principais da Síria para mudar o equilíbrio de poder a favor da chamada' oposição moderada", afirmou.
"A mudança de foco da 87ª sessão do Conselho Executivo da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas) do dossiê químico sírio às acusações infundadas contra a Rússia sobre o ataque químico em Salisbury e a violação da Convenção sobre Armas Químicas só confirma a conclusão de que os objetivos da coalizão foram frustrados", observou Kirillov.
O suposto ataque químico em Khan Shaykhun, na província de Idlib, ocorreu em 4 de abril de 2017 em uma área controlada pelo grupo terrorista da Frente Al-Nusra. Até 100 civis teriam sido mortos pelo gás sarin, liberados em um ataque aéreo pelas forças do governo sírio.
Washington imediatamente se apressou em culpar Damasco pelo ataque e lançou 59 mísseis de cruzeiro Tomahawk contra a base aérea de Shayrat, alegando que era o mesmo aeródromo do qual jatos supostamente armados com o produto químico decolaram.
A Síria, que confirma ter destruído seus estoques de sarin sob um acordo negociado entre a Rússia e os EUA em 2013, negou as acusações americanas. A Rússia também apontou que uma investigação minuciosa do incidente nunca ocorreu, com os especialistas da OPAQ se recusando a visitar Khan Shaykhun. Moscou argumentou que o ataque poderia ter sido encenado.