Países africanos fecham maior acordo de comércio internacional desde a OMC

© REUTERS / Jean BizimanaLíderes Africanos posam para uma foto em grupo durante encontro com o objetivo de criação de um acordo de livre comércio conjunto dentro do continente. O evento aconteceu entre os dias 17 e 21 de março em Kigali, capital de Ruanda.
Líderes Africanos posam para uma foto em grupo durante encontro com o objetivo de criação de um acordo de livre comércio conjunto dentro do continente. O evento aconteceu entre os dias 17 e 21 de março em Kigali, capital de Ruanda. - Sputnik Brasil
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Nesta quarta-feira (21) líderes de 44 países do continente africano firmaram o maior acordo de comércio internacional desde a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995.

A Área de Livre Comércio da África (AfCFTA, na sigla em inglês) é um acordo realizado nos moldes da União Europeia foi assinado durante a 10ª sessão ordinária dos chefes de estado da União Africana, na capital de Ruanda, Kigali.

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Com o acordo os países africanos criam um mercado unificado continental de 1,2 bilhão de pessoas, com um PIB combinado de mais de US$ 3,4 trilhões. Um dos principais objetivos do acordo é impulsionar o comércio entre as nações africanas e diminuir a dependência da volatilidade dos preços das commodities, que afetam as exportações.

A meta era que pelo menos 44 dos 55 Estados membros da União Africana (UA) assinem o acordo. A medida entrará em vigor até o final deste ano, disse o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat. Os Estados agora devem ratificar a iniciativa, mas o número de países necessários para pôr o acordo em vigor ainda não foi atingido.

"Nossos povos, a nossa comunidade empresarial e a nossa juventude, em particular, não podem esperar mais para ver a superação das barreiras que dividem o nosso continente, impedem a decolagem econômica e perpetuam a miséria, mesmo que a África seja abundantemente rica", afirmou Mahamat.

No entanto, as preocupações permanecem. O presidente da Nigéria, 

Muhammadu Buhari, uma das maiores economias da África, ignorou a cúpula, influenciado por objeções dos sindicatos e grandes empresas nigerianas que acreditam que o acordo iria ferir seus interesses. Apesar disso, analistas acreditam que o país deve assinar o acordo, pois participou de seu processo de construção.

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A África do Sul também não assinou o acordo, porém expressou apoio ao projeto.

Apesar da expectativa de que as maiores economias da África se beneficiem mais do acordo que elimina progressivamente as tarifas e outras barreiras comerciais, alguns países se preocupam com o fato de que mais pessoas de países mais pobres irão migrar de continente.

Mas algumas das economias mais fortes e de crescimento mais acelerado no continente, incluindo Gana, Quênia e Etiópia, assinaram o acordo.

"A África é mais forte quando trabalhamos juntos", disse o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, que liderou o esforço de livre comércio.

Sob a temática de "Criação de um mercado africano único", a medida faz parte dos objetivos estabelecidos pela UA na Agenda 2063, plano conjunto da organização para metas continentais. A agenda tem um forte tom de integração para o desenvolvimento e o chamado "renascimento africano".

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