No 15º aniversário da invasão do Iraque liderada pelos EUA, ostensivamente em busca de armas químicas ocultas (e inexistentes), mas levando à derrubada e enforcamento do presidente Saddam Hussein, Schultz enfatizou que nenhum funcionário americano jamais foi processado por manipular os relatórios de inteligência.
"Não podemos nos recuperar a menos que decidamos mudar a nossa política externa", disse o ex-congressista republicano do Texas e presidente do Instituto para Paz e Prosperidade. "Continuamos a fazer a mesma coisa repetidas vezes", continuou.
O fracasso da guerra de 2003 e ocupação do território iraquiano por oito anos, com tropas americanas ainda presentes no país hoje, era "previsível" desde a guerra do Golfo Pérsico, em 1990. Lamentando o fato, o veterano político acrescentou: "Enquanto continuarmos a fazer isso, vamos ver resultados ruins".
"A grande questão é a política externa de nossa intervenção", ponderou Paul, questionando também o modo como os EUA vão à guerra. "Estamos dando ao presidente autoridade para ir à guerra se ele quiser", prosseguiu, no mesmo dia em que o Senado votou contra um projeto de lei que teria acabado com o apoio dos EUA à invasão do Iêmen liderada pela Arábia Saudita.
"Isso é exatamente o oposto do que os pais fundadores pretendiam. O presidente não deveria ser um rei. É essa autoridade que é a questão, e ninguém está considerando mudanças nisso", destacou Paul. "E seja [Barack] Obama no Salão Oval ou os Bushes lá, é sempre a mesma coisa".
Paul rejeitou ainda o debate sobre as táticas do intervencionismo, de "devemos fazer isso e aquilo, e não entrar aqui, usar mais poder aéreo", insistindo: "Só precisamos sair dali. Não temos mais justificativas para estar no Iraque do que temos agora na Síria".
O ex-congressista disse que, enquanto os americanos foram enganados para apoiar a invasão de 2003 pela "propaganda" de que "o Iraque tinha algo a ver com o [11 de Setembro]" ou possuíam armas de destruição em massa, agora estão "acordando, porque acho que 60-70% do povo americano agora não estão muito confiantes (sic) no nosso governo".
Perguntado se o tratamento da inteligência havia melhorado desde o que Schultz chamou de "erro horrível", Paul censurou: "Absolutamente não. Continua piorando. As pessoas culpadas saem".