EUA não aprenderam nada com a guerra do Iraque, diz ex-congressista republicano

© REUTERS / Khalid al MousilyLocal de explosão de carro-bomba, em Karrada, Bagdá, Iraque (Arquivo)
Local de explosão de carro-bomba, em Karrada, Bagdá, Iraque (Arquivo) - Sputnik Brasil
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Os Estados Unidos precisam aprender com seus erros e parar de interferir no Oriente Médio, disse o ex-congressista norte-americano Ron Paul ao apresentador Ed Schultz da RT America. Ele afirmou que os militares dos EUA não têm mais direito de estar na Síria do que tinham no Iraque.

No 15º aniversário da invasão do Iraque liderada pelos EUA, ostensivamente em busca de armas químicas ocultas (e inexistentes), mas levando à derrubada e enforcamento do presidente Saddam Hussein, Schultz enfatizou que nenhum funcionário americano jamais foi processado por manipular os relatórios de inteligência.

"Não podemos nos recuperar a menos que decidamos mudar a nossa política externa", disse o ex-congressista republicano do Texas e presidente do Instituto para Paz e Prosperidade. "Continuamos a fazer a mesma coisa repetidas vezes", continuou.

O fracasso da guerra de 2003 e ocupação do território iraquiano por oito anos, com tropas americanas ainda presentes no país hoje, era "previsível" desde a guerra do Golfo Pérsico, em 1990. Lamentando o fato, o veterano político acrescentou: "Enquanto continuarmos a fazer isso, vamos ver resultados ruins".

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"A grande questão é a política externa de nossa intervenção", ponderou Paul, questionando também o modo como os EUA vão à guerra. "Estamos dando ao presidente autoridade para ir à guerra se ele quiser", prosseguiu, no mesmo dia em que o Senado votou contra um projeto de lei que teria acabado com o apoio dos EUA à invasão do Iêmen liderada pela Arábia Saudita.

"Isso é exatamente o oposto do que os pais fundadores pretendiam. O presidente não deveria ser um rei. É essa autoridade que é a questão, e ninguém está considerando mudanças nisso", destacou Paul. "E seja [Barack] Obama no Salão Oval ou os Bushes lá, é sempre a mesma coisa".

Paul rejeitou ainda o debate sobre as táticas do intervencionismo, de "devemos fazer isso e aquilo, e não entrar aqui, usar mais poder aéreo", insistindo: "Só precisamos sair dali. Não temos mais justificativas para estar no Iraque do que temos agora na Síria".

O ex-congressista disse que, enquanto os americanos foram enganados para apoiar a invasão de 2003 pela "propaganda" de que "o Iraque tinha algo a ver com o [11 de Setembro]" ou possuíam armas de destruição em massa, agora estão "acordando, porque acho que 60-70% do povo americano agora não estão muito confiantes (sic) no nosso governo".

Perguntado se o tratamento da inteligência havia melhorado desde o que Schultz chamou de "erro horrível", Paul censurou: "Absolutamente não. Continua piorando. As pessoas culpadas saem".

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