Em entrevista à Sputnik Persa, o diplomata assinalou que os países europeus expulsaram diplomatas russos sem apresentarem evidências do envolvimento da Rússia no incidente em Salisbury, onde no dia 4 de março foram envenenados ex-espião russo, Sergei Skripal, e sua filha.
"De fato, o envenenamento do ex-espião russo não era tão importante uma vez que já houve muitos casos parecidos, em Londres, por exemplo. O mais importante é que não foram apresentados evidências ou documentos sobre envolvimento da Rússia [no incidente]. Surgem somente acusações infundadas, e na base destas declarações […] foi tomada a decisão [sobre expulsão de diplomatas]", destacou.
O diplomata recordou que na história mundial já houve acusações infundadas parecidas, incluindo a invasão ao Iraque. Posteriormente, foi descoberto que até mesmo os "documentos acusativos" contra o Iraque eram falsos.
"Sendo assim, não é possível justificar as ações somente por declarações, devem ser apresentadas evidências e provas sérias. Em minha opinião, o caso Skripal não deveria ter atingido tal dimensão e forma. Acho que o caso Skripal somente serviu como pretexto, uma vez que o verdadeiro motivo [do descontentamento dos países europeus] é o discurso de Vladimir Putin à Assembleia Federal."
"Acredito que o Ocidente planejou impedir a realização dos planos articulados por Vladimir Putin, já que neste caso a Rússia ocuparia uma posição a nível internacional completamente diferente. O Ocidente não está pronto para interagir com a Rússia nestas condições", destacou o diplomata, reafirmando que o móvito da expulsão de diplomatas é diferente do que foi declarado por Londres.