'Sem dúvida, estamos à beira de uma grande, talvez a maior guerra comercial'

© AFP 2023 / Philippe LopezCasa de câmbio em Hong Kong (foto de arquivo)
Casa de câmbio em Hong Kong (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A China não tem medo de uma guerra comercial com os EUA e não desistirá de defender seus direitos legítimos, comunicou há pouco o Ministério do Comércio da China. Ao comentar o assunto, o especialista Aleksei Maslov afirmou à Sputnik que Pequim simplesmente não pode deixar os passos estadunidenses sem retaliação.

A China aconselhou os EUA a se absterem de medidas que podem provocar um futuro agravamento das relações bilaterais no campo do comércio, disse durante uma coletiva o representante oficial do Ministério do Comércio da China Gao Feng.

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"Caso contrário, os EUA cairão na cova que escavaram para os outros", disse.

Ao responder à pergunta sobre quais as medidas de resposta que a China planeja empreender depois dos EUA terem estabelecido novas tarifas para o aço e alumínio, Feng assinalou que Pequim já tinha publicado uma lista de contramedidas e que as poria em prática caso não conseguisse encontrar um compromisso com a parte norte-americana.

"Não temos nenhum medo de uma guerra comercial, nós nos manifestamos contra a imposição da sua vontade aos outros, contra a opressão dos fracos pelos fortes, não descartaremos em caso algum os nossos direitos e interesses legítimos, vamos defendê-los por todos os meios e através de todas as medidas necessárias", disse.

A ameaça de uma guerra comercial entre os EUA e a China apareceu depois de as autoridades norte-americanas introduzirem novas tarifas sobre o aço e o alumínio, enquanto o presidente Donald Trump assinou um memorando "sobre a luta contra a agressão econômica por parte da China".

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Pequim apelou aos EUA para que abolissem essas tarifas, anunciando que medidas planeja empreender para defender seus interesses. Particularmente, o Ministério do Comércio publicou uma lista de 128 artigos importados dos EUA. Caso não haja um acordo, a China introduzirá tarifas de 15% e 25% sobre estes artigos.

Em uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em assuntos do Oriente Aleksei Maslov analisou as consequências de um conflito e previu como será seu desenvolvimento.

"A China simplesmente não pode deixar sem retaliação os passos de Washington, e entretanto todos têm plena consciência que Trump não cancelará as medidas que já foram aprovadas e, mais provavelmente, vai empreender novas", opinou o analista.

De acordo com Maslov, não se trata apenas do comércio bilateral sino-americano, ou seja, da sua redução em quase 60 bilhões de dólares (10%).

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"Os EUA estão elaborando um complexo de medidas para travar o aumento da influência da China tanto na economia estadunidense, quanto na europeia e de outras regiões — da África, da América Latina e assim por diante. Para mais, acho eu, este é apenas o primeiro passo por parte de Washington", enfatizou.

Em opinião do especialista, caso a China e os EUA não consigam encontrar um compromisso, uma guerra comercial entre eles pode levar a dificuldades para toda a economia global.

"Hoje em dia, as partes estão analisando uma à outra tentando entender até que ponto cada uma delas está resoluta em suas declarações. Mas, sem dúvida, estamos à beira de uma grande, talvez a maior guerra comercial, que afinal das contas pode levar a perturbações no crescimento de toda a economia mundial", resumiu Maslov.

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