A China aconselhou os EUA a se absterem de medidas que podem provocar um futuro agravamento das relações bilaterais no campo do comércio, disse durante uma coletiva o representante oficial do Ministério do Comércio da China Gao Feng.
Ao responder à pergunta sobre quais as medidas de resposta que a China planeja empreender depois dos EUA terem estabelecido novas tarifas para o aço e alumínio, Feng assinalou que Pequim já tinha publicado uma lista de contramedidas e que as poria em prática caso não conseguisse encontrar um compromisso com a parte norte-americana.
"Não temos nenhum medo de uma guerra comercial, nós nos manifestamos contra a imposição da sua vontade aos outros, contra a opressão dos fracos pelos fortes, não descartaremos em caso algum os nossos direitos e interesses legítimos, vamos defendê-los por todos os meios e através de todas as medidas necessárias", disse.
A ameaça de uma guerra comercial entre os EUA e a China apareceu depois de as autoridades norte-americanas introduzirem novas tarifas sobre o aço e o alumínio, enquanto o presidente Donald Trump assinou um memorando "sobre a luta contra a agressão econômica por parte da China".
Em uma entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em assuntos do Oriente Aleksei Maslov analisou as consequências de um conflito e previu como será seu desenvolvimento.
"A China simplesmente não pode deixar sem retaliação os passos de Washington, e entretanto todos têm plena consciência que Trump não cancelará as medidas que já foram aprovadas e, mais provavelmente, vai empreender novas", opinou o analista.
De acordo com Maslov, não se trata apenas do comércio bilateral sino-americano, ou seja, da sua redução em quase 60 bilhões de dólares (10%).
Em opinião do especialista, caso a China e os EUA não consigam encontrar um compromisso, uma guerra comercial entre eles pode levar a dificuldades para toda a economia global.
"Hoje em dia, as partes estão analisando uma à outra tentando entender até que ponto cada uma delas está resoluta em suas declarações. Mas, sem dúvida, estamos à beira de uma grande, talvez a maior guerra comercial, que afinal das contas pode levar a perturbações no crescimento de toda a economia mundial", resumiu Maslov.