De acordo com o analista, dificilmente a expulsão de diplomatas pode ser considerada como algo espontâneo em resposta ao envenenamento do ex-espião russo.
"Nós não vimos as vítimas do envenenamento. Não foram apresentadas nenhumas evidências. Na realidade, a Suprema Corte do Reino Unido desmentiu as palavras de Theresa May, quando ela afirmou acreditar que eles [Skripal e a filha] foram envenenados com um gás nervoso da classe militar e que estava certa ter se tratado da variedade Novichok. Com base na análise de sangue, a Suprema Corte desmentiu este fato" afirmou o analista à Sputnik Internacional.
"Sendo assim, trata-se de um ataque bem coordenado, levado a cabo, provavelmente, pelos EUA e Reino Unido", acrescentou McAdams.
O analista recordou que em maio prevê-se que o presidente Donald Trump anuncie a saída dos EUA do acordo com o Irã, e que a base da administração presidencial é constituída por neoconservadores que apoiam a guerra com Teerã, se referindo a tais funcionários de alto escalão como Mike Pompeo (Secretário de Estado), Gina Haspel (chefe da CIA), John R. Bolton (conselheiro do presidente).
"Surge uma questão: o que é que a União Europeia vai fazer? Será que vai apoiar os EUA e romperá o acordo, que provou ser bem sucedido e bastante lucrativo especialmente para tais países como a Alemanha, país que no momento disfruta de um considerável volume comercial com o Irã? Será que eles vão obedecer aos EUA e aceitarão prejuízos econômicos sem benefícios sensíveis?", perguntou retoricamente o analista.
Quando questionado sobre que país poderia ter envenenado Skripal, McAdams assinalou que não havia nenhum motivo para a Rússia se envolver neste incidente.
McAdams destacou que não é preciso procurar por um sentido que não existe já que, essencialmente, o que a mídia faz é a difusão entre a população de teorias de que certos líderes são loucos. Isso serve para desencadear uma agressão contra outro país, como já aconteceu no caso com Muammar Kadhafi, Saddam Hussein, Bashar Assad e Kim Jong-un. "São loucos irracionais. Não podemos negociar com eles. Não podemos lidar com ele. Eles fazem loucuras sem sentido".
"É isso que a propaganda faz", frisou o especialista.
Além disso, McAdams indicou o ponto fraco da postura russa no caso Skripal.
"A Rússia continua alegando que tudo isso tem a ver com a ciência, com a verdade, mas não é assim. Estes não são parceiros responsáveis geopoliticamente, tudo isto tem a ver com a política", afirmou.
Ao concluir, o especialista opinou como a Rússia deve agir neste caso.
"Acho que para a Rússia seria melhor acordar e perceber que o país não está lidando com mediadores e jogadores honestos. Trata-se de um jogo manipulador", ressaltou.