Prova desse interesse foi visto no Fórum "Construindo o Futuro", realizado em São Paulo, que contou com a presença do presidente Michel Temer, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e de centenas de empresários. A aproximação do Brasil tem se dado não apenas em números de trocas comerciais, como também em parcerias e projetos de desenvolvimento. Em entrevista à Sputnik Brasil, o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Michel Alaby, diz que essa relação só tende a crescer.
"Os países árabes dependem muito da importação de alimentos. Tem também minério de ferro e outros produtos manufaturados, bens de capital, como máquinas agrícolas, tratores, o que tem influenciado muito o comportamento positivo da exportação brasileira. No ano passado, o Brasil teve um superávit de US$ 7 bilhões", diz o dirigente.
No tocante à exportação de material bélico brasileiro para esses países, Alaby diz que o comércio de produtos de defesa tem um peso significativo, embora não corresponda à parte principal da pauta. Entre os principais compradores na região estão Argélia, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Alaby observa que o Brasil importa dos países árabes muito petróleo e fertilizantes. A Câmara está tentando ampliar essa pauta com outros produtos para o país, como azeite de oliva, tâmaras, têxteis e confecções, produtos onde têm reconhecida competência internacional. Segundo o dirigente, hoje os principais parceiros do Brasil no mundo árabe são Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Argélia e Marrocos. Feiras também têm sido uma boa oportunidade para incrementar negócios.
"Na próxima semana vamos ter um grupo de empresas que vai visitar quatro países: Egito, Tunísia, Jordânia e Mauritânia. A ideia de buscar mercados alternativos tem o seu valor. Hoje o mundo árabe é o quarto bloco mais importante do ponto de vista do comércio exterior brasileiro", exemplifica Alaby.
Para o secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em termos de comércio e protecionismo, os países árabes são mais abertos do que os brasileiros. Nos países do Golfo Arábico, a tarifa de importação é de 5%, muito menor do que a brasileira. Já nos países do norte da África, as tarifas são bem maiores, ao redor de 30%.