Aleksandr Chichin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia de Economia Nacional e Administração Pública russa, compartilhou com o serviço russo da Rádio Sputnik sua opinião quanto a detenção do petista.
Hoje em dia, continuou, o Brasil tem um governo diferente com um rumo completamente diferente, em que o presidente Temer fez tudo para que os líderes do PT ficassem fora, começando com o impeachment de Dilma Rousseff, realizado em 2016, e agora já foi atingido o verdadeiro líder do partido, Luiz Inácio Lula da Silva.
As acusações contra Lula têm caráter bem duvidoso, opina Chichin. Falando do discurso do ex-presidente, o analista russo o comparou com o de Martin Luther King e o chamou de despedida brilhante por 12 anos. O que, afinal de contas, significa a prisão de Lula.
"Em relação a Lula o poder judicial funcionou de modo diferente. A acusação não comprovada sobre recebimento de uma quantia de dinheiro relativamente baixa simplesmente esmagou o ex-presidente e possível vencedor das presidenciais deste ano", frisou Chichin.
Para ele, infelizmente, Lula não tem um substituto digno, além disso, Dilma Rousseff não pode liderar o PT.
Em conclusão, Aleksandr Chichin sublinhou que, com a prisão de Lula, a situação no Brasil está virando pouco clara. Não há nenhuma confiança no governo no poder, mas há a indignação popular com o fato de um líder que mostrou boas qualidades, um líder do povo, se encontrar na prisão.
"Assim, o Brasil entra em uma época de turbulência", resumiu o especialista.
Em 7 de abril, o ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, foi preso para cumprir uma pena de 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.