Segundo os investigadores, recursos de fundos de pensão Postalis e Serpros eram enviados para firmas no exterior, que por sua vez eram conduzidas por um operador financeiro do Brasil. Aparentemente regulares, as remessas tratavam de operações e prestações de serviços falsas, e posteriormente eram transformadas em propina por doleiros.
Pelo menos dois doleiros ligados ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (MDB), foram identificados como participantes da fraude.
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos trabalhos da Lava Jato no Rio de Janeiro, autorizou a operação desta quinta-feira – que por sua vez é um desdobramento também de outras duas ações, Eficiência e Unfair Play 1º Tempo –, na qual policiais cumpriram 21 mandados de busca e apreensão, no Rio, no Distrito Federal e em São Paulo.
Assessor especial do Ministério da Casa Civil durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Sereno era considerado uma espécie de braço direito do então ministro José Dirceu, e foi depois secretário nacional de comunicação do partido. Ele foi preso nesta quinta-feira, assim como o empresário Arthur Mário Pinheiro Machado.
Uma das empresas de Machado possui movimentações suspeitas da ordem de R$ 2,8 bilhões. O empresário já é investigado na Operação Encilhamento, que investiga fraudes envolvendo a aplicação de recursos de previdências municipais em fundos de investimento com debêntures sem lastro emitidas por empresas de fachada, em um esquema de R$ 1,3 bilhão.
Já Lyra seria operador direto do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e é alvo de outras investigações no âmbito da Lava Jato. Ao jornal O Estado de S. Paulo, a defesa afirmou que as atividades profissionais dele são lícitas e que ele segue a disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários.