A Sputnik Internacional discutiu o suposto ataque israelense e a situação na região com o Dr. Nir Boms, especialista em Israel e Oriente Médio da Universidade de Tel Aviv.
"Esta é a base que foi utilizada pelo drone que penetrou na fronteira israelense no mês passado. É uma campanha em curso se referindo à afirmação de Israel que ele não permitirá que o Irã se estabilize na Síria e avance suas forças em direção à fronteira israelense", disse Boms.
Segundo alguns relatos, o incidente em Homs teria sido a primeira vez que Tel Aviv não informou Moscou sobre seu ataque. Porém, acredita o especialista, há um mecanismo de coordenação entre os dois países que continua funcionando, mas é uma questão de coordenação e não de aprovação, pois nem a Rússia nem Israel pediriam aprovação para suas ações um ao outro.
"Duvido que [o mecanismo] tenha falhado completamente, mas queria dizer o seguinte: há sem dúvidas um entendimento dos interesses mútuos entre Israel e a Rússia quando se trata do Oriente Médio e da área para além dele", opinou Boms.
Apesar de o analista acreditar que o número de ataques por parte da Força Aérea de Israel vá aumentar, ele afirma que o país judeu está preocupado com as dinâmicas na Síria, especialmente as ligadas ao Irã.
Em outras palavras, Tel Aviv não quer ver bases, armas e instalações que estimulem outra guerra na região, fazendo os possíveis para preveni-lo, explica Boms.
Neste sentido, opina, não é uma questão de disputa apenas entre Israel e o Irã, mas também entre a Rússia e os Estados Unidos.
Quanto ao futuro da Síria, o analista adverte que a aparente "estabilização" no país após a derrota do grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia) pode trazer ainda mais perigos, deixando o país árabe ainda menos independente.
"Houve uma guerra indireta e agora a Síria está se tornando cada vez mais um estado por procuração; eles têm bases com acesso apenas para os iranianos e têm bases com acesso apenas para os russos", disse Boms.
Na noite para segunda-feira, aviões israelenses atacaram uma base aérea síria a partir do território libanês, de acordo com Ministério da Defesa russo. De acordo com a mídia síria, o ataque resultou em vítimas e feridos. Três mísseis atingiram o alvo, outros cinco foram abatidos.
Teerã, por sua parte, descreveu o ataque contra a base síria como um "crime de Israel", acrescentando que este "não ficará sem resposta".