O assunto surgiu em um dossiê encomendado pelos Democratas contra o republicano, logo no início do mandato. De acordo com o documento, assinado pelo ex-agente de inteligência Glenn Simpson, Trump teria assistido às garotas urinarem na mesma cama da suíte presidencial do hotel Ritz Carlton onde dormiu, em visita oficial, o casal Barack e Michelle Obama.
Trump se defendeu dizendo que era germofóbico (alguém que tem pavor a germes) e que "não há como eu deixar as pessoas fazerem xixi umas nas outras ao meu redor". Ele também mencionou que o boato teria sido "doloroso" para a primeira-dama, Melania Trump.
"Decidi não dizer a ele que a atividade alegada não parecia requerer uma pernoite nem estar perto dos participantes", escreve Comey no livro. "Na verdade, embora não soubesse com certeza, imaginei que a suíte presidencial do Ritz-Carlton em Moscou era grande o suficiente para um germofóbico estar a uma distância segura da atividade".
"[Trump disse] o incomodava se houvesse 'mesmo 1% de chance' de sua esposa, Melania, achar que [as alegações] eram verdade", escreveu Comey, acrescentando que Trump pediu a ele que investigasse o caso para "provar que era uma mentira".
Naquele momento, Comey disse ter ficado chocado e pensando: "por que a esposa acha que havia alguma chance, mesmo que pequena, de que ele estivesse com prostitutas urinando uma com a outra em um quarto de hotel em Moscou?".
James Comey foi demitido do posto como diretor do FBI em maio do ano passado. À época, Democratas consideraram a demissão uma tentativa de obstrução da justiça, já que Comey estava na dianteira das investigações sobre a alegada "influência russa" nas eleições.