Ele iniciou seu discurso com a questão de um suposto uso de armas químicas na cidade síria de Douma.
"O aumento das tensões e a incapacidade de chegar a um compromisso no estabelecimento de um mecanismo de responsabilização ameaçam levar a uma escalada militar total", declarou Guterres, referindo-se às recentes alegações dos EUA e seus aliados, dizendo que Damasco estava por trás do suposto ataque químico.
Após as acusações, os EUA anunciaram que estavam pensando em conduzir os ataques aéreos na Síria.
O alto funcionário da ONU reiterou a forte condenação do uso de armas químicas por qualquer parte no conflito e sob quaisquer circunstâncias:
"Eu reafirmo meu total apoio à Organização para a Proibição de Armas Químicas, à OPAQ e à sua missão de apuração de fatos ao empreender a necessária investigação dessas alegações", declarou.
Em seu discurso no Conselho de Segurança da ONU, ele pediu a criação de um mecanismo independente para investigar o possível uso de armas químicas.
"Eu apelo para que o Conselho de Segurança cumpra suas obrigações e não desista dos esforços para chegar a um mecanismo dedicado, imparcial, objetivo e independente para atribuir responsabilidade com relação ao uso de armas químicas", afirmou Guterres.
O funcionário da ONU sublinhou que não havia solução militar para o conflito.
"Reitero que não há solução militar para o conflito. A solução deve ser política, através das conversações intra-sírias de Genebra, conforme estipulado na Resolução 2254 do Conselho de Segurança e em consonância com os esforços consistentes do meu enviado especial Steffan de Mistura", disse Guterres.
Os planos dos EUA sobre a questão síria permanecem incertos. Na última declaração da embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, ela especificou que o presidente dos EUA, Donald Trump, não havia tomado uma decisão sobre a possível ação dos EUA na Síria, apesar de sua recente postagem intempestiva no Twitter.
Em 11 de abril, Trump postou uma observação pedindo que a Rússia "se preparasse" para mísseis americanos "bons, novos e inteligentes" na Síria, como resposta a um suposto ataque químico do governo sírio. No entanto, um dia depois ele recuou, dizendo que nunca havia dito quando um ataque à Síria aconteceria.
Reagindo a esses tweets, Moscou pediu uma abordagem séria para a questão e se recusou a responder ao que chamou de "diplomacia do Twitter".