O relatório da OPAQ, apresentado nesta semana, indica que o ataque foi feito com uma substância tóxica de grande pureza.
"Os dados da OPAQ sobre uma substância tóxica de grande pureza provam que não se tratou do Novichok [substância A-234] […] O Novichok é um agente nervoso complexo, constituído por uma mistura de vários componentes e aditivos que se descompõem de forma diferente. Se foi encontrada uma substância pura, então não é Novichok", explicou Rink.
Além disso, segundo Rink, o relatório da OPAQ contradiz as palavras de Vil Mirzayanov, que afirma ser um dos criadores do agente nervoso Novichok. Mirzayanov disse que os Skripal não poderiam ter sido envenenados com esta substância pois ela é vulnerável à humidade, e, no dia de envenenamento, em 4 de março, havia nevoeiro no Reino Unido.
"É uma observação justa, porque o Novichok é uma substância muito instável que depende da água, dos alcalinos, de tudo. Mas então os especialistas deveriam ter encontrado produtos de hidrólise e não uma substância pura", afirmou.
De acordo com Rink, Sergei Skripal e sua filha Yulia poderiam ter sido envenenados com fentanil, utilizado na produção de substâncias narcóticas populares no Reino Unido. Ele acrescentou que as características de recuperação dos Skripal foram similares ao quadro que se observa após envenenamento com fentanil, quando as vítimas se recuperam muito rapidamente.
Rink acredita que o ex-agente e sua filha poderiam ter sido vaporizados com fentanil quando estavam sentados no banco onde foram depois encontrados inconscientes.
"O Fentanil paralisa imediatamente uma pessoa, que logo cai. A substância tem um efeito instantâneo", opinou.
No dia 4 de março, o ex-agente da inteligência russo Sergei Skripal, que também trabalhava para a inteligência britânica, foi encontrado inconsciente junto com sua filha em um banco de um shopping na cidade de Salisbury.
Especialistas britânicos acreditam que eles tenham sido atacados com o agente nervoso A-234 (também conhecido como "Novichok"). Os britânicos alegam que esta substância tóxica teria sido desenvolvida na União Soviética e colocam a culpa do ocorrido na Rússia. Moscou tem desmentido repetidamente todas as acusações, qualificando-as de infundadas.