O acordo para pôr fim às hostilidades entre Seul e Pyongyang vem sendo negociado pelas autoridades dos dois países, segundo o site sul-coreano Munhwa. Se fechado, o acerto para paz na Península da Coreia poderia ser anunciado em conjunto pelo presidente sul-coreano Moon Jae-in e pelo líder norte-coreano Kim Jong-un.
Oficialmente, Coreia do Norte e Coreia do Sul continuam em guerra, sendo que um armistício (trégua) foi firmado em 1953, depois de três anos do início da Guerra da Coreia. De lá para cá, a península foi dividida em dois blocos distintos, com os Estados Unidos capitalista ao lado de Seul, e a União Soviética e os comunistas com Pyongyang.
"A completa desnuclearização da península coreana é a tarefa mais urgente que temos diante de nós e uma tarefa que devemos completar pacificamente", afirmou Moon, citado pela agência sul-coreana Yonhap, enquanto participava de um culto budista realizado para o sucesso de sua cúpula com o líder norte-coreano.
Os líderes das duas Coreias devem se encontrar no vilarejo fronteiriço de Panmunjom, uma zona desmilitarizada (DMZ) cercada de tensão, soldados e armas – foi também o local da assinatura do armistício em 1953. De acordo com o Munhwa, autoridades dos dois países negociam "incluir questões de restituição da DMZ como um plano de prioridades para acabar com o confronto militar".
A desnuclearização da Coreia do Norte deverá estar no topo dos assuntos prioritários da cúpula entre os dois líderes, e um compromisso de Pyongyang em desmontar o seu programa nuclear tende a abrir espaço para que um acordo de paz seja firmado em caráter oficial. Para Moon, é tempo de buscar a reconciliação, coexistência e "derrubar o muro" entre as duas nações.
Esta será a terceira cúpula intercoreana da história, tendo as outras duas sido realizadas em 2000 e 2007 – ambas realizadas em Pyongyang. Será a primeira vez que um líder da Coreia do Norte pisará oficialmente em território sul-coreano. Vale lembrar que os países já mantiveram 655 conversações desde 1971, com 55% delas tendo acontecido em Panmunjom.
O sucesso ou fracasso da cúpula também deve ter impacto no aguardado encontro que Kim deve ter com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em data e local a serem definidos pelos dois países – possivelmente em maio ou junho.