Em declaração por escrito à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes, Mitchell disse que Washington cumpriu sua parte para evitar uma escalada com Moscou, mas está disposta a "aplicar a força necessária e proporcional para se defender".
"A intervenção deles [da Rússia] insensata na Síria e o apoio ao regime [de Bashar Assad] aumentaram os riscos de uma confrontação com o Ocidente. O recente ataque fracassado contra as forças americanas por parte de mercenários russos na Síria foi um dos exemplos de tal comportamento", afirmou Mitchell.
O que preocupa também os EUA é a cooperação da Rússia e Turquia na Síria, pois é do interesse dos EUA que Ancara se mantenha "estratégica e politicamente unida com o Ocidente".
"Ancara deve se lembrar dos riscos de fazer concessões estratégicas a Moscou para alcançar objetivos táticos na Síria", declarou Mitchell durante uma reunião na Câmara dos Representantes. Mitchell sublinhou que Ancara pode mesmo ser introduzida na lista das sanções após comprar sistemas S-400 russos.
"Nos próximos dias e semanas os EUA e aliados enfraquecerão e vencerão o Daesh, apoiando uma Síria estável e limitando a influência nociva do Irã."
Resumindo, o diplomata ressaltou que o conflito na Síria pode ser resolvido apenas no âmbito de negociações sob a égide da ONU, apelando à Rússia para que "leve Assad à mesa de negociações".
Na madrugada de sábado (14), o Reino Unido, os Estados Unidos e a França lançaram ataques contra a Síria em retaliação a um suposto ataque químico na cidade de Douma, atingindo instalações sírias governamentais onde supostamente eram produzidas armas químicas. Os aliados lançaram mais de 100 mísseis, 71 dos quais foram interceptados pelo sistema de defesa aérea sírio.