A delegação russa na organização acredita que a medida tem também por objetivo deixar a Rússia sem acesso a ambas as vítimas.
"Para evitar acesso dos especialistas russos a Sergei e Yulia Skripal, médicos britânicos, acreditamos, induziram o pai e filha ao coma o que lhes permitiu colher o material biológico e manipular seu estado de saúde sem consultá-los", diz o comunicado da delegação russa na OPAQ.
"Nem DSTL [Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa britânico em Porton Down] nem o relatório da Organização para a Proibição de Armas Químicas não identificaram o país ou laboratório que produziu a substância que foi utilizada no ataque", afirmou o representante do Reino Unido à OPAQ, Peter Wilson, quando apresentou o relatório.
O ex-agente secreto russo Sergei Skripal e sua filha Yulia foram envenenados em março na cidade britânica de Salisbury. O governo britânico acusou Moscou de ter envenenado os dois com um agente nervoso antes de ser realizada investigação oficial. Ambas as vítimas recuperaram a consciência em abril, mas seu destino está guardado em segredo pelo Reino Unido.
Logo após o incidente, o Reino Unido anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos. Desde então, mais de 25 países expulsaram seus próprios diplomatas russos "em solidariedade" a Londres. Moscou negou ter qualquer papel no envenenamento, apontando para a falta de evidências fornecidas por Londres para fundamentar suas acusações.