Enquanto políticos de Belgrado e Pristina disputam propriedade do local estratégico — do Estado ou dos separatistas do Kosovo, cientistas sérvios apontam que o Gazivode esconde em suas profundezas os vestígios ainda não estudados da cultura sérvia medieval.
Justamente sobre esta personagem histórica é embasado o filme "Gazivode, pelos caminhos de Helena de Anjou", em que trabalha Jovovic e a historiadora Katarina Mitrovic, que há muito tempo vem estudando a biografia da rainha sérvia mais enigmática da época medieval.
Conforme Mitrovic, o filme deve provocar o interesse ao período entre fim do século XIII e início do século XIV, quando a Sérvia superava o desenvolvimento tanto do Oriente como do Ocidente.
O diretor cinematográfico opina que as autoridades iugoslavas tinham muita pressa em afundar os territórios:
"A decisão foi tomada muito antes de seis meses, e para criar todas as condições necessárias para o afundamento, é necessário, em primeiro lugar, enviar uma equipe de arqueólogos. Deviam estudar o território de 25 km², que foi concluído em apenas três meses. Além disso, a metade da documentação em que está descrito tudo o que tinha sido encontrado [ou seja, em sítios históricos], de repente desapareceu. Surgiu um reservatório de água, e as riquezas medievais foram esquecidas e afundadas."
Dusan Jovovic diz que todas suas tentativas de repetir pesquisa e preservar patrimônio foram arruinadas pelas respostas "não há condições, dinheiro e equipe".
No fim das contas, equipe disposta a prosseguir com os estudos surgiu na Rússia. A mergulhadora sérvia mais famosa, Bozana Ostojic, enviou materiais à Comunidade Geográfica russa, a qual faz parte, e o projeto cativou o Centro de Estudos Subaquáticos da Rússia, que visitou pela primeira vez a Sérvia em novembro de 2017. No fim de fevereiro de 2018, inspeção submarina no lago foi iniciada.
De acordo com Mitrovic, nos últimos dias foram encontrados escombros de igrejas do século XIII, torres do sino e fundamento do edifício que poderia ter sido de uma escola para meninas. A investigadora nota que em nenhum documento estes objetos foram mencionados.
Entretanto, os investigadores estão enfrentando dificuldades. Por exemplo, a Força do Kosovo (KFOR, na sigla em inglês) patrulha regularmente o trabalho do ar. Além do mais, a própria natureza às vezes cria obstáculos com ondas enormes ou frequentes mudanças de temperatura.
O problema principal é a falta de financiamento. Jovovic espera que surjam investidores que deem importância à causa. Mas mesmo sem patrocínio, o "Indiana Jones sérvio" pretende concluir o projeto com ajuda de amigos.