"Nós deixamos muito claro que, se o Irã adquirir uma capacidade nuclear, faremos tudo o que pudermos para fazer o mesmo", disse o ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel al-Jubeir.
"Acredito que se o Irã reiniciar seu programa de armas nucleares, além do que tem agora, isso deve acionar o retorno de provisões e fazer com que todos os outros países do P5 abandonem o acordo e voltem a impor sanções ao Irã", continuou.
Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu sair do acordo nuclear com o Irã, um acordo que suspendeu as sanções em troca da cooperação nuclear de Teerã. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma organização internacional que monitora os desenvolvimentos nucleares, afirmou que o Irã tem mantido seu lado no trato e cumprindo o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) de 2015.
Falando à rede americana CNN, o alto funcionário saudita reduziu a ameaça feita pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman no início deste ano. O país está atualmente construindo um programa de energia nuclear para fins energéticos, embora al-Jubeir tenha indicado que poderia ser expandido para incluir um arsenal de armas.
"Apoiamos e saudamos a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, apoiamos a decisão de restabelecer as sanções econômicas ao Irã e continuamos a trabalhar com nossos parceiros para tratar dos perigos", declarou.
As tensões no Golfo já são altas. Em março, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, classificou o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, como o "novo Hitler".
Em novembro passado, o ministro israelense Yuval Steinitz revelou que os temores em relação ao Irã levaram a um abrandamento das relações entre sua nação e a Arábia Saudita. Os países atualmente não têm ligações diplomáticas oficiais após o conflito árabe-israelense em 1967.
Ambos se manifestaram contra o acordo nuclear de 2015 e, antes da decisão dos EUA, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez uma apresentação televisionada alegando que o Irã secretamente ocultou arquivos "incriminatórios" no desenvolvimento de armas nucleares.