Kireev comentou para a Sputnik a notícia da prisão do chefe do portal RIA Novosti Ucrânia, Kirill Vyshinsky, quem as autoridades ucranianas acusaram de alta traição e de apoiar as repúblicas autoproclamadas de Donbass.
"Mesmo que Kiev seja incapaz de desencadear uma guerra de pleno direito, provocará um conflito que, durante muito tempo, culminará em um estado inerte", disse o cientista em entrevista à Sputnik.
"A Ucrânia é uma das plataformas dos EUA para travar essas guerras: de informação, sabotagem e uma guerra econômica contra nosso país", disse o interlocutor da Sputnik.
Segundo Kireev, esses planos norte-americanos coincidem com as abordagens prevalecidas na Ucrânia, um país com um regime russófobo, que é pura fachada quando se trata de tentar estabelecer democracia e liberalismo e cujas ações não correspondem aos requisitos exigidos por países liberais.
"Se este regime for preservado na Ucrânia, e por enquanto não existem pressupostos para conseguir esta mudança, veremos mais prisões e provocações, bem como observar um aumento do conflito em Donbass. Acho que vamos deixar de ouvir essas notícias quando o sistema político na Ucrânia mudar", resumiu o cientista político.
A União Russa de Jornalistas exigiu que as autoridades ucranianas libertassem imediatamente Vyshinsky e parassem de pressionar a mídia.
Além de prender Vyshinsky perto de sua própria casa na terça-feira (15), agentes do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano) revistaram as casas da correspondente da RIA Novosti na Ucrânia, Lyudmila Lysenko. Agentes ucranianos também prenderam em 23 de abril a chefe do movimento Volontery Pobedy (Voluntários da Vitória), Elena Edinovol, que também foi acusada de traição.
As relações entre a Ucrânia e a Rússia se romperam quando a Crimeia se tornou parte da Rússia em março de 2014 depois de referendo em que 96,77% da população votou a favor da reunificação. Após esta reunificação, a Rússia começou a construir a Ponte da Crimeia para ligar a península ao território continental russo.
As províncias de Donetsk e Lugansk proclamaram-se repúblicas populares em resposta à violenta mudança de governo que ocorreu em Kiev em fevereiro de 2014.