Segundo Mansur, a medida de Washington, apoiada pelos países do Golfo, não afetará a situação política no Líbano.
Ao impor sanções contra os membros do movimento Hezbollah, Washington sinalizou a sua insatisfação com o papel da organização no governo do Líbano, enfatizou Mansur à Sputnik Árabe.
"A imposição de sanções contra o Hezbollah não é novidade para nós", observou o ex-ministro.
"Anteriormente, a liderança do movimento já fora submetida a sanções, agora os EUA e seus aliados na região aumentaram a dosagem […] Eles estão indicando desse modo que continuam a lutar contra o movimento. De qualquer maneira, eles já o incluíram na lista de organizações terroristas, tanto a ala militar como a política", acrescentou.
Mansur destacou que é óbvio que os membros do movimento não possuem contas no exterior e, portanto, não serão prejudicados pelas sanções.
Em 16 de maio, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA, em parceria com a Arábia Saudita, Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar e Emirados Árabes Unidos, impôs sanções a 10 membros do Hezbollah, incluindo seus principais dirigentes, o secretário-geral Sayyed Hassan Nasrallah e o seu vice Naim Qassem, além de entidades afiliadas ao movimento.
No início de maio, o partido xiita Hezbollah e seus aliados políticos venceram as eleições parlamentares libanesas, ganhando 67 dos 128 assentos.
"A introdução de sanções não afetará a situação interna no Líbano e a formação do governo", opinou Mansur.
Segundo ele, as pessoas fizeram a sua escolha e o país seguirá o caminho escolhido, a despeito de qualquer pressão externa. O Hezbollah e seus aliados farão 'parte do governo libanês'.
Antes das eleições, em fevereiro de 2018, os EUA impuseram sanções a seis dirigentes e sete empresas afiliadas ao movimento. Há muito tempo que o Hezbollah conta com o apoio do Irã. Ao visar o movimento, Washington aparentemente está procurando reduzir a influência de Teerã na região.
Enquanto isso, as eleições parlamentares de 12 de maio no Iraque terminaram com a vitória de uma coalizão xiita, que alguns observadores consideram como mais uma vitória do Irã.
A Casa Branca, para impedir o que chama de expansão do Irã no Oriente Médio, retirou-se unilateralmente do Plano de Ação Conjunto Gobal (JCPOA), mais conhecido como o acordo nuclear do Irã, e ordenou a subsequente retomada das sanções contra Teerã.
A Rússia, a China e os países europeus, signatários do acordo, afirmaram que continuarão comprometidos com o acordo JCPOA, independentemente da retirada dos EUA.