"Há um crescimento exponencial desse tipo de manifestação. Não é igual a 1964, mas é semelhante, guardadas as enormes diferenças e devidas proporções. A semelhança é esse clamor popular pela intervenção militar", afirmou Heleno ao jornal Folha de S. Paulo.
A recente greve dos caminhoneiros, que já dura nove dias e que segue causando transtornos e desabastecimento pelo país, viu também uma crescente manifestação a respeito de uma possível ação de militares para a tomada do poder, a quatro meses para as eleições.
Para o general da reserva – tido como um nome forte para ocupar em 2019 o Ministério da Defesa em um governo liderado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) –, embora os militares sintam-se lisonjeados pelo prestígio, a solução não passa pela caserna.
"É um sentimento que vai crescendo na população que enxerga nos militares a solução para o problema nacional. Mas as Forças Armadas estão vacinadas, não pretendem isso, não buscam isso e de maneira nenhuma trabalham para isso", analisou.
A ideia de uma intervenção militar hoje não seria sustentável, segundo Heleno, não em razão de uma possível mudança dos valores militares, mas sim diante de uma nova geração "que viveu o período militar" e que não quer esse "caminho esdrúxulo".
"Ainda que se faça uma força danada para denegrir tudo o que foi feito, a imagem que ficou daquela época [ditadura] é que era um país mais organizado, que a população tinha uma vida melhor", acrescentou o general da reserva.
Anteriormente, Heleno já declarou que Bolsonaro é o seu candidato à Presidência da República, até porque o parlamentar e ex-capitão do Exército foi seu cadete.
Hoje almocei com o General Augusto Heleno, Ex-Comandante do Comando Militar da Amazônia. 🇧🇷🇧🇷🇧🇷 pic.twitter.com/cz3qa7Pmt6
— Jair Bolsonaro (@jairbolsonaro) 14 de setembro de 2015