O alto funcionário russo se reunirá com seu homólogo norte-coreano para discutir as relações bilaterais e pressionar questões internacionais, informou o Ministério de Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.
Falando em uma cúpula internacional da Primakov Readings em Moscou nesta quarta-feira, Lavrov disse que as negociações multilaterais sobre a questão norte-coreana ajudarão a resolver a crise na região. Segundo o ministro, a desnuclearização da península coreana deve ser acompanhada "de mecanismos para garantir a paz e a estabilidade em todo o nordeste da Ásia".
Em abril, o ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, visitou Moscou, onde conversou com Lavrov. O ministro russo confirmou na época que aceitou um convite de Ri para visitar Pyongyang.
Na semana passada, a Coreia do Norte realizou a demolição de túneis que levavam ao local de testes nucleares em Punggye-ri. Com o objetivo de demonstrar o compromisso de Pyongyang com a desnuclearização, a medida seguiu-se a uma cúpula histórica entre Kim Jong-un e o presidente sul-coreano Moon Jae-in, realizada na zona desmilitarizada em abril.
No entanto, poucas horas depois que o Norte prometeu demolir o local, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelou a tão esperada reunião com Kim Jong-un, citando "tremenda raiva e hostilidade aberta" do governo norte-coreano.
Os Estados Unidos, que protagonizaram várias reviravoltas ao lidar com a questão da Coreia do Norte, disseram depois que a reunião não está completamente fora de questão. Apenas um dia depois de abandonar a ideia da cúpula, Trump confirmou que o vice-líder da Coreia do Norte, Kim Yong-chol, estava a caminho dos EUA para negociações em prol da reunião entre Trump e Kim.
O presidente russo Vladimir Putin lamentou que Trump tenha cancelado o encontro com Kim, apesar de o líder norte-coreano ter "feito tudo o que ele prometeu anteriormente". "Depois disso, soubemos do cancelamento da reunião pelos EUA", declarou.
Em meados de maio, conversações de alto nível entre Seul e Pyongyang foram canceladas abruptamente pelo Norte em resposta aos exercícios conjuntos anuais realizados pela Coreia do Sul e pelos EUA. O Norte afirmou que os exercícios militares são apenas uma provocação e prática de uma invasão em meio ao aquecimento dos laços inter-coreanos.